quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Ivan Ferraz vai apresentar show: Forró Verso e Viola no Janeiro de Grandes Espetáculos

Cantor, compositor e comunicador Ivan Ferraz vai fazer um grande espetáculo em comemoração aos 12 anos de seu Programa de Rádio na Universitária FM, com o show "Forró, Verso e Viola" no dia 15 de janeiro a partir das 20h no Teatro Santa Isabel no Projeto "Janeiro de Grandes Espetáculos".

O show contará com as apresentações dos violeiros e repentistas Antônio Lisbôa e Edmilson Ferreira, poetas Jessier Quirino e Chico Pedrosa, e muito forró com Alcymar Monteiro, Ronaldo Aboiador e os valores novos: Bruno Reynaux do Forró Flor de Lótus, Nerilson Buscapé e Genildo Sousa "Matuto dos Bons" e Róxinó do Nordeste. 

Ingresso: R$40 / R$20
Locais de Vendas: Teatro Santa Isabel / Rádio Universitária FM / Espaço Cultural Dominguinhos (Todos os sábados)

Maiores informações: (81) 3082-2830 / 9972-1174

Ari de Arimatéa - Forró Pé de Serra

Nascido em Paulista aos 25 dias do mês de outubro de 1981
Filho de pais e avós do sertão paraibano, iniciou sua carreira artística como aluno de Arlindo dos Oito Baixos no ano de 2000, depois procurando estudar teoria musical, iniciou seus estudos no Centro de Educação Musical de Olinda - CEMO, como estudante de acordeom em 2001 pelo método de Mário Mascarenhas.

Porém sua veia artística antecede o ingresso no CEMO, ao iniciar seus estudos, tinha notadamente uma percepção musical acima de sua turma.

Ainda criança, cantarolava músicas que sem saber lhe fariam um autêntico gonzaguiano.

Admirador de Luiz Gonzaga optou por manter a tradição do forró de raiz, pé de serra autêntico. Compositor, assim como o mestre, tem sua inspiração para compor nas coisas mais simples da terra, no povo do sertão, nas belezas da natureza.

Iniciou sua participação artística como sanfoneiro, instrumentista sem voz, no entanto observou que o sanfoneiro é sempre e apenas o sanfoneiro, queria mais, começou a usar também a voz e rapidamente viu que poderia conciliar a sanfona e a voz, recebendo assim diversos elogios.

ALGUMAS EXPERIÊNCIAS ANTERIORES (Pé de Serra):

* 2001 / 2003- Banda Feijão de corda com um “CD” gravado;

* 2002- Orquestra Sanfônica do Cemo;

Participação no Encontro de Sanfoneiros de Camaragibe;

* 2003- Grupo Asa de Prata com “CD” gravado;

* 2004- Grupo Pé no Chão;

* 2006- Forró Xiado Bom, com um “CD” gravado;

* 2007 a 2009- Atuou no Projeto “Forró n’Ação” da Bom Clima Ltda.

* 2009- Participação na maratona do forró promovido pela EMPETUR a convite de Ivan Ferraz.

* 2009 – Inicio das gravações do filme de Alceu Valença (A Luneta do Tempo), como um dos personagens principais. Ari de Arimatéa interpreta o personagem Severo filho.

* 2010 – Inicio do projeto solo – Ari de Arimatéa (Forro pé de serra) (até os dias atuais), com um CD gravado (Um ensaio diferente).

* 2011- Finalizou a gravação do filme de Alceu Valença (A Luneta do Tempo), como um dos personagens principais. Ari de Arimatéa interpretando o personagem Severo filho.

Tácyo Carvalho - O Forrozeiro do Asfalto

“A inspiração artística é mais do que o exercício do pensamento, é conhecer, criar, exercitar, e expressar o fazer Artístico . A inspiração vai se aperfeiçoando, e se configurando de forma impressionante na prática”
Como outros que fizeram Sucesso. ‘TÁCYO CARVALHO’, foi para o Rio de Janeiro para se firmar como artista.

Orientado por CHIQUINHA GONZAGA, ZÉ GONZAGA, E SEVERINO JANUARIO, irmão do GONZAGÃO, entre outros sanfoneiros, formou um grupo da nova geração dos Gonzagas e amigos, despontando em shows de forró, como um novo talento da classe forrozeira.

Gravou seu primeiro disco “ DO JEITO QUE O REI MANDOU” ,um compacto duplo. Se tornou também comunicador de RÁDIO, apresentando o “ FORRÓ DA CAPITAL” , na RÁDIO CAPITAL DO RIO DE JANEIRO, divulgando diversos talentos como Luiz Gonzaga, com seu disco “ Aí Têm” , como o seu próprio trabalho artístico, época em que as maiores divulgações em nosso Brasil, eram as músicas estrangeiras de grandes gravadoras multinacionais.

TÁCYO CARVALHO, de origem “PERNAMBUCANA”, despontou com seu primeiro LP, gravado pela BRASIDISC, intitulado de “VENTOS DO NORTE”, uma produção moderna e coerente com poesia NORDESTINA, música do Cantor e Compositor “DJAVAN”. Outra composição foi, sobre o “NORDESTE, DESOLAÇÃO E DOR”, homenagem a um escritor que enlouqueceu, envolvido com os problemas da sua TERRA.

Em uma outra faceta de sua trajetória com o FORRÒ , foi a parceria com famosos, “ LUIZ GONZAGA”, “JOÂO SILVA”, “ PEDRO CRUZ”, “JOQUINHA GONZAGA”, CHIQUINHA GONZAGA, ENTRE OUTROS. Essas parcerias, deram inicio aos diversos trabalhos do cantor e compositor pernambucano, gravando assim diversas composições em Vinil e CD.

Interprete vigoroso da “ MÙSICA REGIONAL”, com a dicção segura e agradável , ainda jovem, surpreendeu a todos com a sua autenticidade nordestina, deslanchando com diversas apresentações nas casas noturnas, no Rio de Janeiro e São Paulo, abrilhantando com a sua voz e autenticidade.

Nessa trajetória artística, retornou para a sua Terra Natal, apontando nas paradas de sucesso das rádios locais e cidades próximas com a música “Patichuli”, que também foi regravada por outros artistas.

“Mesmo o forró sofrendo uma evolução pela eletrônica, defendo a música de raiz. Ritmo vai, ritmo vem, o meu compromisso sempre será com a cultura nordestina”, afirma Tácyo Carvalho.



TUDO COMEÇOU “COM DOIS PRÁ LÁ, DOIS PRÁ

Integrante da classe Forrozeira, e responsável em valorizar a música de raiz da nossa cultura brasileira. O artista ressalta a importância de preservar a memória do povo sertanejo, que fazem como marco o “Forró, ” a sua vida. “ É preciso se estender o movimento dos Forrozeiros autênticos, aqueles que falam a “ Língua e Ritmo da Pisada Matuta”. ( Tácyo Carvalho)

Minha escola foi no sitio dos Gonzagas, na cidade do (Rio de Janeiro), aos domingos nos reuníamos informalmente para uma farra em família, amigos e admiradores da música nordestina, e “DOIS PRÁ LÁ, DOIS PRÁ”, como dizia o nosso “Rei”.

Com vários trabalhos gravados em Vinil e CD, Tácyo Carvalho traz na discografia músicas com grandes nomes de compositores como : Luiz Gonzaga, Chiquinha Gonzaga, João Silva, Jorge Bodart, Zé Mocó, Zé Marcolino, Joquinha Gonzaga, entre outros.

O CD “ Tácyo Carvalho e Amigos”, é uma coletânea com a participação especial de diversos destaques da música nordestina: Toca Severino ( Chiquinha Gonzaga e Severino Januario), Patichuli (Tácyo Carvalho, canta Flavio Leandro),Fama de Valente (Tácyo Carvalho e Chiquinha Gonzaga, canta Chiquinha), Chegou São João (Tácyo Carvalho e Joquinha Gonzaga, canta Joquinha) , Moça (Tacyo Carvalho e Oclécio Carvalho) , entre outros nomes como: Targino Gondin, Flavio José, Limão do Forró e Edson Lima.

Além desses destaques, o CD conta com Luiz Gonzaga, discursando sobre o dom artístico desse Pernambuco, que desde os 13 anos de idade conviveu com a família de Chiquinha Gonzaga, sua mãe de criação, a irmã do nosso Gonzagão, aprimorando ainda mais o seu dom artístico.

O NOSSO REI DO BAIÂO, demonstrava muita admiração pelo talento artístico de Tácyo em compor, e se expressar na música nordestina brasileira, e assim dizia:

“PROSIGA MEU QUERIDO, VOCÊ TEM UMA VOZ INTERESSANTE, TEM UM JEITO ESPECIAL DE FALAR, ESSE É TÁCYO CARVALHO, O GAROTÃO DE OURICURI ”.

Pernambuco ganha mais três Patrimônios Vivos

Arlindo dos 8 Baixos, João Silva e a Associação Musical Euterpina de Timbaúba se juntam à lista de 24 homenageado
O Governo de Pernambuco, através da Fundarpe e da Secretaria de Cultura, divulgou o resultado do VIII Concurso Público de Registro do Patrimônio Vivo do Estado. Arlindo dos 8 Baixos, João Silva e Associação Musical Euterpina de Timbaúba foram os selecionados.

O sanfoneiro Arlindo dos 8 Baixos, natural de Sirinhaém, Mata Sul de Pernambuco, desde muito jovem chama a atenção por seu talento com a sanfona. No entanto, foi por conta de um conselho de Luiz Gonzaga que ele passou a se dedicar ao fole de 8 baixos, reconhecido pelo grau de dificuldade que apresenta. A partir daí, surgiu a parceria que levou Arlindo em turnê com o Velho Lua pelo Brasil. Há dez anos, estabelecido no Recife, ele mantém no quintal de sua casa, em Dois Unidos, periferia da capital, o Forró do Arlindo. A festa ocorre todos os domingos e já se estabeleceu como um dos principais pontos de preservação do forró tradicional na cidade.

Outro recém-nomeado Patrimônio Vivo, João Silva foi também grande parceiro de Gonzagão. Compositor de mais de cem músicas das interpretadas pelo Rei do Baião, entre elas, "Tá Danado de Bom", “Pagode Russo” e "Deixa a Tanga Voar, não foi à toa que, no ano em que Gonzaga completaria 100 anos, seu parceiro teve sua obra valorizada e preservada.

Já a Associação Musical Euterpina de Timbaúba recebeu finalmente o devido reconhecimento pelos mais de 80 anos dedicados a música popular pernambucana. Formada por mais de 50 músicos, entre instrumentos de sopro e percussão, ela se mantém como um espaço de divulgação e manutenção da tradição musical do Estado.

Cada selecionado receberá uma bolsa anual vitalícia, além de ter inserção garantida na Política Cultural do Estado, através da participação em ações de divulgação e transmissão de saberes, e registro de atividades, com o objetivo de valorizar, documentar e repassar essas tradições às novas gerações.

Publicada em 30/12/2012 por: FUNDARPE 

Emoção e chuva no encerramento do centenário de Lua

Água caiu durante os shows da tarde deste domingo (16/12) no Aza Branca
Um dos momentos mais emocionantes da comemoração do centenário de Luiz Gonzaga foi reservado para a tarde deste domingo (16/12), o último dia de festejos. Sob a copa do juazeiro onde a missa anual em homenagem a Gonzagão foi realizada horas antes, o céu desabou por quase meia hora. A chuva torrencial caiu durante um dos últimos tributos ao Rei do Baião, no Parque Aza Branca, no Exu. E o povo do Sertão, que enfrenta uma das piores secas dos últimos 40 anos, não arredou pé. Continuou a dançar forró como se, além do aniversário do sertanejo mais notório, comemorasse as súplicas atendidas, a trégua líquida na judiação e uma esperança renovada para milhares de alazões.

A sequência de shows começou com João do Pife (Caruaru/PE), que acumula mais de 50 anos de carreira no Brasil e fora do País, e terminou com Targino Gondim, sanfoneiro que já recebeu premiações importantes como o Grammy (em 2001, com o álbum "Esperando na Janela", de Gilberto Gil) e o 21º Premio da Musica Brasileira (em 2010, pelo CD "Canções de Luiz".

A chuva começou por volta de 15h30, pouco depois de o cantor Ivan Ferraz dar início aos shows no Palco Juazeiro, no Aza Branca. Diante do mausoléu onde estão os restos mortais de Luiz Gonzaga, de seu pai Januário e da mãe, Santana, a apresentação começou com o pedido de um minuto de silêncio em homenagem a Gonzagão e seus familiares já falecidos. As primeiras gotas começaram quando, após “A vida do viajante” e “O xote das meninas”, Ferraz entoava “Riacho do Navio”. “Está chovendo. Deus está ouvindo as preces e Gonzaga está ajudando”, disse o cantor de Floresta (PE).

Um dos mais empolgados em dançar na chuva era Giderson Tenório Silva, de 67 anos. Trajando uma vestimenta estilizada misturando elementos de Lampião e Luiz Gonzaga, com direito a chapéu de cangaceiro espelhado, bacamarte e calça com gravuras de cordel, ele se intitula “Capitão Tenório, defensor da cultura popular”. “Vivi uma seca em Caruaru quando tinha 10 anos. As coisas melhoraram muito no nordeste através de Luiz Gonzaga. A chuva foi uma glória, sinal de que ele, até lá do céu, continua olhando por nós. Deve ter falado: ‘Vamos mandar uma aguinha para esse povo que vai dançar forró no pé de Juazeiro’”, brincou.

O repertório de João do Pife foi dividido: metade dedicado a músicas de Gonzaga, como “Asa branca” e “Xote das meninas”, e o restante às de sua banda, Dois Irmãos, como “Valsa de meu pai” e “Viajando pelo Brasil”. “É uma alegria muito grande estar aqui na data de aniversário de Gonzaga. A gente se sente reconhecido”, disse João do Pife após o show.

Targino abriu o show com sua composição mais famosa, "Esperando na Janela", destacando que foi inspirada em "Daquele Jeito", de Luiz Gonzaga. O sanfoneiro não se limitou a tocar músicas de Lua, mas também contou episódios da história dele de forma dramatizada.

E, como não poderia faltar numa festa de Gonzaga, o fole roncou a tarde toda. Bell Lima, Jaiminho de Exu, DiJesus e Claudiana di França tocaram forró pé-de-serra. Toinho do Baião, sósia de Luiz Gonzaga, celebrou o ritmo que consagrou o rei, e fez o povo lembrar do ídolo com sua aparência física e timbre semelhantes.


Publicada em 17/12/2012 por: André Zahar

'Luiz Gonzaga era namorador, mas muito só', diz autora de biografia


Para fazer a biografia de Luiz Gonzaga, a francesa Dominique Dreyfus morou por dois meses na casa do Rei do baião, no Parque Aza Branca, em Exu (PE). "Vida do Viajante: A Saga de Luiz Gonzaga" (Editora 34, 352 págs., R$ 54) só foi lançado em 1996, sete anos após a morte do Rei do Baião, e ganha nova edição agora, no centenário do artista, nascido em 13 de dezembro de 1912.

"O Gonzaga é a metáfora do Nordeste rural", analisa Dominique, que participou de debate sobre seu livro no último fim de semana, em Recife, na Livraria Cultura do Riomar Shopping. Nascida em Poitiers, ela passou a infância e parte da adolescência entre Garanhuns, no Agreste de Pernambuco, Olinda e Recife. A jornalista é pesquisadora de música brasileira e também é autora de "O Violão Vadio de Baden Powell".

Dominique contou sobre o processo de elaboração de uma biografia. "Você procura ouvir todos os lados e vai averiguar, porque cada verdade tem várias versões e você vai buscar a sua para poder escrever", explica. "Certas coisas eu preferi deixar para o leitor tirar suas próprias conclusões. Uma vez, por exemplo, um jornalista me perguntou sobre a paternidade do Gonzaguinha. Eu disse: "Eu não estava na cama para saber"", lembra ela.

A francesa conviveu com a mulher do cantor, a contadora Helena das Neves Cavalcanti (com quem ele foi casado por 40 anos) e com seu último amor, a advogada Edelzuíta Rabelo (com quem Gonzaga começou um caso em 1975 e por quem deixou Helena, em 1988). "Ele era muito namorador, isso não era novidade", lembra Dominique. Apesar disso, ela garante: Gonzagão era muito só. "Acho que isso é uma coisa que os grandes gênios têm", acredita.

A biógrafa revela, ainda, que o Rei do Baião soube lidar com as várias fases de sua carreira, que teve altos e baixos, e que tinha consciência de sua importância. "Quando a música é boa, ela vai sobreviver a qualquer coisa. Existem ciclos, mas o que permanece é o que marca gerações", atesta a escritora.

Publicada em 20/12/2012 por: O Dia

Mais de 180 discos de artistas pernambucanos foram lançados em 2012

Número é um pouco maior do apresentado em 2011
Pernambuco pôs no mercado pouco mais de 180 CDs, DVDs e LPs, em 2012. Os números não são exatos, mas podem dar uma boa ideia de como anda a produção musical no Estado.

A lista foi fornecida pelo empresário e produtor cultural Fábio Cabral, proprietário da Passadisco, loja especializada em música brasileira, em geral, e pernambucana, em particular, localizada no bairro do Parnamirim, Zona Norte do Recife.

São títulos dos mais variados estilos: da cultura popular, forró, passando pelo pop, reggae, rock, eletrônica e até death metal. O número é um pouco maior do que o divulgado no ano passado: 170 discos.

Apesar desse considerável volume de títulos, a música pernambucana aparece pouco na programação das rádios e TVs locais - programas focados em música são bastante raros.

Veja a lista abaixo:



1- Abdias Campos – Cantoria de fé

2- Ademir Araújo – Os 12 trabalhos

3- Adilson Cordeiro – Coisas musicais de São Bento do Una

4- Agostinho do Acordeon – Revivendo boleros

5- Allan Sales – Poemas, canções e francofonia do brega

6- Alcides Campos – Terceiro tempo

7- Alcova Rubra – Alcova Rubra

8- Almir Rouche – Evoé, Nabuco (CD/DVD)

9- Anacrusa – Descarrilhando

10- Anastácia – Homenagem a Luiz Gonzaga (EP)

11- Anastácia, Ângela Luz, Cláudia Beija e Sônia Sinimbu – Quando a canção acabar

12- André Rio – Fervo

13- André Rio – Do litoral ao sertão

14- A Praça – A praça (EP)

15- Aracílio Araújo – Coração nordestino

16- Ari de Arimatéia – Forró pé de serra

17- Arimatéia Ayres – A sanfona não parou

18- Arlindo dos Oito Baixos – Ao vivo (DVD)

19- Arlindo Moita – O dom de Deus

20- Assisão – 50 anos de forró (CD/DVD)

21- Assis Cavalcanti – No ritmo do forró

22- Áurea Sanlima – Novos tempos

23- Áurea Sanlima – Canta Núbia Lafayette

24- Babi Jaques & Os Sicilianos – Sabe lá o que é isso? (EP)

25- Banda Dillema – Expresso barbárie

26- Banda Fillen – Trade-off

27- Banda Persona - Digital

28- Banda Pop Xote - Booora

29- Banda Kartuxo – Homenagem aos 100 anos do Rei do Baião

30- Banda K’padócia – K’padócia

31- Belo X – Quem alumia é o luar

32- Beto do Bandolim – Beto do Bandolim

33- Beto Kaiser – Seu Serafim, profissão herói

34- Bráulio Araújo – Ponte

35- Cabugá – Coração alegórico (EP)

36- Caetano Xavier – Com amor

37- Café Preto – Café Preto

38- Caldeira Filho – Fogão de lenha

39- Camarão – 70 anos passeando pelos ritmos

40- Carlos Eduardo - Naturalmente

41- Cervac – Acordes para a vida

42- Cinval – E o vento não levou

43- Cinval – Guitarras Blues Bar

44- Cinval – DNA

45- Cinval & Ciano – Primitivo digital (e viva o toré da vida)

46- Contrataque- Contrataque

47- Coral Edgar Moraes - Cantos e encantos/25 anos

48- Cristina Amaral – Eu sou o forró, vol.02

49- Daniel Bento – Boi de carro

50- Daniel Bueno - Desse jeito sim

51- Daniel Bueno – Canta Luiz Gonzaga

52- Daniel Finizola – Pincel de som

53- Deivinho Sanfoneiro – Canta forró

54- Dentes Azuis – Um grão de tudo

55- Deodato de Sertânia – Esperando um grande amor

56- Devotos - Póstumos

57- Diablo Motor – Diablo Motor

58- Diego Cabral – Folia

59- Diego Cabral – Tô fora

60- Douglas Paixão – 20 anos do autêntico forró

61- Duda Ferraz – Duas mães

62- Duda da Passira – São João 2012

63- Fim de Feira – De todo jeito a gente apanha

64- Flávio Souza – Amém

65- Forró Tá Massa – A nova cara do pé-de-serra

66- Fredy & Mary – Forró bem bolado

67- Fredy & Mary – Forró bem bolado ao vivo (DVD)

68- Gennaro - Gennaro

69- Geraldo Maia - Estrada

70- Givaldo Soares – Piano popular, vol.02

71- Grupo Terra – O samba também é nosso

72- Gustavo Tiné – O novo som do Nordeste

73- Hanagorick – Alceu ao nosso jeito

74- Hercinho – E as coisas simples da vida

75- Henrique Annes – Visões/50 anos de violão

76- Irah Caldeira – Ao vivo, vol.04

77- Isaac Sete Cordas – Perfil Nordestino

78- Isaac Sete Cordas - Natureza

79- Israel Filho – Saudades de Gonzagão

80- Ivan Ferraz – Eu e Gonzagão

81- Ivanildo Lima do Samba – De corpo e alma

82- Jane Lima – Meu desejo

83- Jerivá – Jerivá

84- Joanatan Richard – Rock in’the crazy world

85- João Emídio – Coração sonhador

86- João Fênix – A foto onde eu quero estar

87- João Neto – Ave de arribação

88- Jorge de Altinho – 100 anos de Gonzagão

89- José Menezes – Relembrança (*)

90- Kelly Rosa – Coração saudosiano

91- Kiara Ribeiro – Em todas as notas

92- Lene Rodrigues – A vida é você

93- Leninho de Bodocó – Nos salões dos forrós

94- Leno Simpatia – Onde o samba faz morada

95- Lígia Miranda – Lígia Miranda

96- Los Sebosos Postizos – Los Sebosos Postizos

97- Lourdinha Oliveira – E as cantadeiras do Rei Luiz

98- Lourinaldo Vitorino – Ópera de cordel

99- Luciano Brayner – Casa de Badzé

100- Luiz Moura – Motivo de viver

101- Lula do Acordeon – Instrumental

102- Malakov – Malakov (EP)

103- Mandrakatu – 12 anos exaltando o Nordeste na arte de cantar

104- Maciel Melo – Minha metade

105- Maciel Melo – Tiro de bacamarte (*)

106- Mardônio – Enquanto a sanfona tocar

107- Marinho do Recife – Garçonete

108- Matalanamão – Nasceu tem que criar

109- Mazinho Lima – Velho Maza, músicas para dançar, cantar e ouvir

110- Mestre Luiz Timóteo – Samba de Coco Cancão Piou

111- Mini Rock – Mini Rock

112- Monstro Amor – Amor só de monstro

113- Nação Zumbi – Ao vivo no Recife (CD/DVD/LP)

114- Nádia Maia – Ao vivo na Sala de Reboco

115- Naná Vasconcelos – Língua mãe (DVD)

116- Nanau Nascimento – Roda da vida

117- Noite em Moscou – Não somos invisíveis (EP)

118- Nordestinos do Forró – 100 anos de Gonzagão

119- Orquestra Contemporânea de Olinda – Pra fica

120- Orquestra Popular da Bomba do Hemetério – Cabeça no mundo

121- Orquestra Harmonia – O frevo é nosso, vol.02

122- Os Caetanos – Os Caetanos

123- Os Sertões – A idade dos metais

124- Os Vilarim - Prece

125- Otto – The moon 1111

126- Pararaquedista Real – Quem me chamou Paraquedista?

127- Paulinho do Acordeon – Forró bom demais

128- Paulinho Viola do Recife – Meu forró

129- Paulo Diniz – Pingos de amor (*)

130- Paulo Neto – Dois animais na selva suja da rua

131- Pecinho Amorim – Forró, fogueira e melodia

132- Pedro Euzébio & Trio Pajeú – Forró de latada

133- Petrúcio Amorim – 100 anos de Luiz Gonzaga

134- Projeto Sal – Preocupação (EP)

135- Públius - Solo

136- Quinteto Violado – 40 anos (CD/DVD)

137- Quinteto Violado – Canta Gonzagão (*)

138- Quinteto Violado – Quinteto Canta Gonzagão (DVD)

139- Raminho do Acordeon – Saudade do Rei

140- Reginaldo Siqueira – É folia geral

141- Reginaldo Siqueira – Ouro azul

142- Renilze Lins Pierre – E assim Ele falou

143- Rhay Miranda – Na rede do amor

144- Roberto Cruz – Simplesmente (*)

145- Rogério Rangel – Respeita Januário

146- Roger Man – O caminho do lobo

147- Romero Andrade – Vem cantar comigo

148- Rui Ribeiro – Boa companhia

149- Rui Ribeiro – Pelo mundo afora

150- Santanna, O Cantador – Xoteamar

151- Sandro Guimarães - Guriatã

152- São João d’Alegria – 100 anos de Gonzagão

153- Sérgio Campelo – Furos e botões

154- Siba – Avante

155- Silvério Pessoa – Forroccitania

156- Silvio Imperatriz – Confissão

157- Som da Terra – Rei menestrel, Gonzaga e Noel (DVD)

158- Som da Terra – Te vira no frevo, vol.02

159- Som da Terra – Tapete voador

160- Stank – Stank (EP)

161- Targino Gondin – Homenagem a Gonzagão, vol.02

162- Terezinha do Acordeon – Vai baião

163- UR7 – UR7

164- Wallkyria Mendes – 100 anos de Gonzaga

165- Vavá Melo – Meu itinerário

166- Velho Xaveco – Natal com sopa

167- Velho Xaveco – Pastoril profano do Velho Xaveco/20 anos (DVD)

168- Vitor Araújo – A/B

169- Vocífera – Vocífera (EP)

170- Volver – Próxima estação

171- Zé de Teté – O rei do coco chegou

172- Zé de Teté – O coco original

173- Zé Manoel – Zé Manoel

174- Zymba – Samba de zabumba

175- 100 Anos de Gonzagão – Vários intérpretes (**)

176- Baião de dois – Vários intérpretes (**)

177- Cantores de Gravatá – Vários intérpretes

178- Festival de Frevos do Recife – Vários intérpretes

179- Galo da Madrugada /O Rio São Francisco deságua no mar do frevo Vários intérpretes

180- Luas do Gonzaga – Vários intérpretes (**)

181- O lado B de Gonzagão - Vários intérpretes (**)

182- Olha pro céu/Luiz Gonzaga – Vários intérpretes (*)(**)

183- Os oito baixos de Pernambuco – Vários intérpretes

184- Pé de Frevo – Vários intérpretes

185- Pernambuco Forrozando Para o Mundo – Vários intérpretes (*)

186- Pernambuco Frevando Para o Mundo – Vários intérpretes (*)



(*) – Coletânea

(**) – Tributo a Luiz Gonzaga

Publicada em 24/12/2012 por: AD Luna

Luiz Gonzaga Empreendedor


As características empreendedoras foram decisivas em aguns momentos da carreira de Luiz Gonzaga, é oque mostra a exposição em cartaz na Torre Malakoff (Bairro do Recife).

Horário de visitação de terça a sexta, das 10h às 19h, sábados e domingos, das 15h às 19h.
Grátis.
Até 11 de janeiro.

Sucesso de Luiz Gonzaga da década de 80 foi composto por piauiense

Solange Veras assina letra de 'Lampião (Era besta não)', lançada em 1983. Parceria aconteceu quando a piauiense morava no Rio de Janeiro
A composição da letra de 'Lampião (Era besta não)', umas das mais de 2 mil músicas gravadas por Luiz Gonzaga, leva a assinatura de uma piauiense. Solange Gomes Veras compôs a letra ao lado do Rei do Baião no início da década de 80 durante a gravação de um comercial no Rio de Janeiro. Solange é a única piauiense a compor para Luiz Gonzaga.

A música, segunda faixa do lado B do disco 'Luiz Gonzaga - 70 anos de Sanfona e Simpatia (1983)', foi feita a pedido do próprio Rei do Baião. Solange Veras conta que para ela foi uma surpresa o encontro no Rio de Janeiro e mais ainda descobrir depois que a letra composta por ela seria musicada e gravada por um dos maiores ícones da música popular brasileira.

"Aproveitei aquele encontro para mostrar alguns trabalhos que já tinha feito, mas ele não gostou de nada. Daí veio o desafio: compor uma letra que falasse de Lampião, mas sem mostrar aquele seu lado valente. Nem fui para casa. Não queria perder aquela oportunidade. Fiz a letra na mesma hora e ele ao meu lado já foi musicando", lembra.

Para Solange a outra surpresa viria um ano depois, em 1983, época em que a música foi gravada e lançada em vinil. A piauiense disse que chegou a assinar contrato como compositora da música ainda no Rio de Janeiro e que depois disso adoeceu e veio embora para o Piauí.

"Para mim foi uma surpresa enorme saber que a música tinha sido gravada. Tenho aqui comigo esse vinil e guardo com muito carinho. É um verdadeiro orgulho para mim", diz.
Hoje, aposentada, Solange Veras diz amadurecer a ideia de tentar tirar da gaveta algumas antigas composições. Segundo ela, são mais de 40 letras que foram compostas, mas que nunca foram reveladas a outros músicos.

"Essa música gravada por Luiz Gonzaga foi o meu único e o mais relevante trabalho. Muito piauienses ainda não sabem dessa história e não há relatos de outra pessoa por aqui que tenha participado em alguma canção de Luiz Gonzaga", finaliza.

Publicada em 14/12/2012 por: Portal G1.com

CD vai mostrar gravações inéditas de Luiz Gonzaga


Canções inéditas na voz de Luiz Gonzaga serão lançadas no CD O Samba do Rei do Baião, em fase final de produção. Apesar do nome, o disco inclui fado, marchas carnavalescas, mazurca e outros gêneros. É um trabalho conjunto de Gonzaga com Teo Azevedo e a participação de Socorro Lira, Oswaldinho da Cuíca e Oswaldinho do Acordeom, além dos músicos Papete e Chico Salles, forrozeiro, violeiro e membro da Academia Brasileira de Cordel, entre outros nomes.

A informação é do jornalista Assis Ângelo, pesquisador e biógrafo de Gonzaga. O lançamento faz parte das comemorações do centenário de Luiz Gonzaga. A produção artística de Luiz Gonzaga contém 625 gravações, além de composições que ele nunca gravou, mas que chegaram a fazer sucesso na voz de outros intérpretes entre os quais Cyro Montero, Jamelão e a portuguesa Ester de Abreu.

Muitos registros nesse sentido foram garimpados pelo jornalista em pesquisas no exterior, incluindo países da Europa e da América Latina. O pesquisador é dono de uma coleção que reúne livros, revistas, partituras, discos, vídeos, transmissões de entrevistas concedidas a emissoras de rádio e de televisão, além de documentos, na maioria sobre música popular brasileira (MPB).

Algumas dessas preciosidades registram a alegria do forró de Luiz Gonzaga e a reprodução de Asa Branca. A toada emociona pelo lamento triste de uma condição vivida pelo sertanejo da caatinga em tempos de seca e pela bela sequência na harmonia das notas. A música foi criada em 1947, período em que o filho de Januário mudou o visual e começou a aparecer em suas andanças pelo país em trajes estilizado à semelhança do Rei do Cangaço, Lampião.

Asa Branca virou praticamente um hino entre os clássicos de MPB, adotada como base de ensino nos conservatórios. "É a música mais regravada do cancioneiro brasileiro. Quem mais chega perto em volume de regravações é o chorinho Carinhoso, de Pixinguinha e João de Barro". A canção acaba de ser regravada por um grupo coreano. A música tem inspiração no "folclore nordestino, especialmente, do estado de Pernambuco, onde Luiz Gonzaga aprendeu a cantar e a tocar ainda menino", conta o pesquisador.

Em um fim de tarde, ele e o parceiro compuseram Baião, que foi gravado em em inglês, por Carmem Miranda, em 1950. Outras composições ganharam sotaques estrangeiros como Paraíba e Baião de Dois em japonês, por Keiko Ikuta,, em 1958; e Juazeiro, na voz da cantora de jazz norte-americana Peggy Lee, em 1953.

Nessa última regravação, os nomes dos autores não foram citados e eles nunca receberam os direitos. Bem que Humberto Teixeira, advogado e poliglota, tentou corrigir a falha. Foi aos Estados Unidos exigir os direitos autorais, mas a Justiça americana deu a causa por perdida sob o argumento de tratar-se de uma reprodução do folclore brasileiro. Assis observa que Carmélia Alves, a rainha do Baião, que morreu neste ano, foi a cantora brasileira que levou o Baião para o mundo.

No Brasil, Asa Branca foi gravada pelo cantor e compositor Geraldo Vandré, em 1965, e por Caetano Veloso, em 1971. Luiz Gonzaga foi o primeiro a gravar Pra Não Dizer que Não Falei de Flores, de Geraldo Vandré. "O próprio Vandré, em seguida, soltou o disco dele, um compacto que foi imediatamente recolhido pela censura. O do Gonzaga não, e é uma gravação muito bonita", diz o jornalista.

Publicada em 14/12/2012 por: EBC

100 anos de Luiz Gonzaga, um ícone da cultura brasileira


No dia 13 de dezembro de 1912, na pequena cidade de Exu, Pernambuco, nasceu Luiz Gonzaga do Nascimento, que mais tarde tornou-se um dos artistas mais importantes e influentes da história da música latino-americana. Sagitariano, genioso e deveras talentoso. Dono de uma sensibilidade musical incomum, Gonzagão conseguiu traduzir em forma de canção o lamento e as angústias do sertão brasileiro.

O Rei do Baião construiu uma obra que conquistou a admiração e o respeito de artistas do naipe de Caetano Veloso, Raul Seixas e Dorival Caymmi. Sua musicalidade honesta, simples e atemporal, também rompeu fronteiras. Luiz Gonzaga é cultuado por estrelas como o veterano britânico David Byrne; e pela relativamente novata banda sul-coreana Coreyah, que fez uma das mais brilhantes versões para a música “Asa Branca“.

A vida pessoal de Gonzagão, no entanto, destoa um pouco do brilhantismo de sua carreira. Ele passou por três casamentos e só teve um filho biológico, Luiz Gonzaga Júnior, o popular Gonzaguinha, com quem viveu um relacionamento no mínimo tempestuoso. A animosidade entre os dois Gonzagas, de fato, só conseguiu se afinar já na vida adulta de Gonzaguinha, que conseguiu se estabelecer como artista sem explorar a imagem e o nome do pai. Durante o final da década de 1970, ambos finalmente fizeram uma trégua e excursionaram juntos pelo Brasil. Nesta mesma época, o Rei da Baião gravou músicas compostas pelo filho. A criatura não superou o criador. ‘Gonzaga Pai’ teve um gesto de humildade e celebrou o talento inquestionável de ‘Gonzaga Júnior’.

Sob os ventos frios do inverno daquele dia 2 de agosto de 1989, uma parada cardiorrespiratória tirou o Rei do Baião desta dimensão astral habitada por nós. Ele contava 76 anos quando faleceu. Seu corpo foi enterrado em sua cidade natal. Se estivesse vivo, exatamente nesta quinta-feira (13), Luiz Gonzaga estaria completando um século. Foi-se o homem, mas o seu legado musical é eterno. Entre outras peripécias, este ‘pernambucano arretado’ foi o primeiro artista brasileiro a fazer turnê pelos quatro cantos da nação. Com sua sagacidade ímpar, já naqueles tempos antigos, ele elaborava o próprio figurino e criava as coreografias que fazia com seus músicos durante as apresentações. Em 49 anos de carreira, Gonzagão gravou quase 50 discos e imortalizou quase 90 músicas nas paradas de sucesso.

A cultura brasileira precisa aprender a não aposentar os seus ídolos, não substituí-los como se troca de roupa e também a não celebrá-los somente em datas especiais. Viva Luiz Gonzaga! Que sua obra se perpetue e chegue ao conhecimento de todas as gerações futuras.

Publicada em 13/12/2012 por: Gustavo Morais

Parque Aza Branca, última morada do Rei do Baião, comemora 30 anos

Exu, caatinga de Pernambuco, noroeste do estado. A cidadezinha de 1.337 km2 tem pouco mais de 30 mil habitantes, ou seja, população insuficiente para encher metade das cadeiras do estádio paulistano do Morumbi. Faz um sol de arder o coco e a vida segue com a simplicidade do interior. A economia é baseada em turismo e todo o interesse turístico se deve, essencialmente, ao Rei do Baião. Luiz Gonzaga viveu em Exu até seus 18 anos e só voltou para lá quando tinha mais de 60, quando estabeleceu residência na propriedade que chamou de Parque Aza Branca. De fato, o músico nunca conseguiu deixar sua pequena Exu. Levava a cidade em seu canto, onde ele, antes de qualquer pessoa, era o primeiro a se encontrar.

Desde 1930 quando precisou sair fugido por conta de uma história de amor proibida com a filha de um poderoso coronel, o pernambucano jurava regressar. Ficou 16 anos sem aparecer, cultivando a saudade. Chegou de surpresa aos 34 anos, quando começava a fazer sucesso, para rever seus pais, o sanfoneiro-pai e vovô-do-baião Mestre Januário e sua mãe, dona Santana. Na ocasião, ainda moço e com a carreira só começando, não pôde ficar por muito tempo. No entanto, foi essa rápida visita que permitiu que o cantor se recarregasse da caatinga, assumindo a partir dali para o resto do mundo sua vestimenta de couro e chapéu de cangaceiro.

Depois desta primeira visita, passaram-se 18 anos até Gonzaga comprar as terras onde viria a construir sua casa e museu. Em 1964, comprou o terreno de 3,7 hectares, a 1km da cidade, e o registrou como Parque Aza Branca (o Z em asa foi intencional, para que levasse o Z de LuiZ e de GonZaga). Lá fixou residência no fim dos anos 70. O parque, no entanto, só teve suas portas abertas no dia 13 dezembro de 1982, seu aniversário de 70 anos. Para a ocasião, ele organizou a festa “O Rei Volta Pra Casa”. Estavam lá Gilberto Gil, Fagner, Dominguinhos, Elba Ramalho, outros artistas da região e o povo exuoara. A festança atravessou a madrugada e a inauguração do parque foi abençoada pela música e alegria de todos.

Gonzaga começou desde aquela época a construir um museu. “Ele sempre disse que deixaria tudo aqui para que as futuras gerações pudessem conhecer sua história”, conta Clemilce Cardoso Parente, administradora do parque. O museu iniciado por Gonzaga foi concluído por Gonzaguinha, que dedicou o final de sua vida a organizar o acervo do pai. Com a morte prematura de Gonzaguinha em 1991, o parque ficou sem ninguém. Um empresário da cidade, seu Zito Urbano, grande fã e amigo de Gonzaga, se prontificou a comprar a propriedade. “Ele era louco pelo amigo e queria transformar tudo em museu. Comprou o parque em 1993 e deu continuidade ao projeto”, conta Clemilce. Seu Zito morreu cinco anos depois, em 1998, e sua mulher, Elenilde Parente, cunhada de Clenilce, assumiu as rédeas. Criaram o grupo Viva Gonzagão e tentaram de modo tímido e sem muitos recursos levar o sonho do Rei do Baião adiante.



Publicada em 06/12/2012 por: Antônio Ribeiro / Blog Sertão9 

Livro resgata contribuição de Luiz Gonzaga para o chorinho

Antes do baião, músico tocou sanfona com grandes nomes do choro
O livro de partituras Tem sanfona no choro (Instituto Moreira Salles), organizado pelo pesquisador e acordeonista Marcelo Caldi, traz 22 músicas de Gonzagão feitas na fase pré-baião, pouquíssimo conhecida, quando o músico se aventurava no terreno do choro. O lançamento será no dia 15, às 20h, no CCBB, com Caldi apresentando as peças do livro. Treze delas estarão no CD, na interpretação do próprio Caldi. As gravações originais com Gonzagão estarão disponíveis no site do IMS.

"Ele conseguiu se inserir no ambiente carioca, tocou com Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Dino, Meira, grandes nomes do choro", nota Caldi. "É a linguagem do choro carioca, mas tem um soataquezinho ali. Algumas músicas ele classifica como chamego, um gênero que ele inventou, um limiar entre maxixe, choro e baião."

"O fole roncou: Uma história do forró" (Zahar), de Carlos Marcelo e Rosualdo Rodrigues, propõe-se a contar a trajetória do gênero, dos primórdios ao forró eletrônico. Mas Gonzagão, claro, é a figura central e aparece no livro visto por uma perspectiva original: a dos compositores e músicos que trabalharam com ele.

"Muitas histórias desses compositores nunca foram contadas antes", diz Rosualdo. "E elas mostram que ele era uma personalidade generosa, abriu caminho para muitos, mas também tinha momentos de arrogância, de egoísmo, de encomendar músicas com algum autoritarismo."


Publicada em 10/12/2012 por: Diário do Nordeste

O Rei e eu - Valéria Barbalho

Desde o inicio deste 2012, consagrado como o ano do centenário de nascimento do nosso Rei do Baião, já aconteceram inúmeras homenagens. Mestre Lua, Seu Luiz, Gonzagão, Lula ou apenas Lua, são alguns dos cognomes de Luiz Gonzaga do Nascimento, nascido em Exu no dia 13 de dezembro de 1912.

Em fevereiro, o Brasil inteiro se encantou com o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, quando a Unidos da Tijuca, com o enredo ”O Dia em que toda a Realeza desembarcou na avenida para coroar o Rei Luiz do Sertão”, tornou-se a campeã do grupo especial do disputado espetáculo do carnaval carioca. No Recife, o nosso Galo da Madrugada, com o tema “Galo, Frevo e Folião: Homenagem ao Rei do Baião”, em pleno sábado de Zé Pereira, arrastou uma multidão frevando pelas ruas do centro da cidade. Na Capital do Forró, o “Maior São João do Mundo” homenageou o responsável pela divulgação da Feira de Caruaru, através da música de Onildo Almeida. O pátio do forró, que leva o nome de Luiz, lotou de gente forrozando para reverenciá-lo. Alias, em todas as cidades onde se brinca esse festejo, Gonzaga reinou.

Artistas de diferentes gerações, gêneros e estilos musicais prestaram tributos ao pai de Gonzaguinha. Shows, CDs, DVDs, programas especiais em rádios e TVs, edições extra de jornais e revistas, além de livros sobre ele foram lançados. Exibições de obas de arte, tendo Gonzagão como tema, feitas por diversos artistas plásticos, ocorreram. Em Caruaru, no mês de junho, a exposição “Baixio dos Doidos” fez uma releitura do universo gonzagueano. O excelente filme do cineasta Breno Silveira, “Gonzaga: de Pai Para Filho”, é sucesso. Tomara que represente o Brasil no Oscar e ganhe a estatueta de melhor filme estrangeiro. Em Brasília, a Ordem do Mérito Cultural, a maior condecoração outorgada pelo Governo Federal, homenageou o Rei e a Universidade Federal Rural de Pernambuco concedeu o título de Doutor Honoris Causa ao Mestre Lua. Eventos, promovidos por diversas entidades, de norte a sul do País, foram realizados: procissão de sanfoneiros, no Piauí; os Correios lançaram um selo comemorativo para a data; escolas orientaram seus alunos a pesquisarem sobre o legado de Luiz; entre tantos outros acontecimentos.

Diante de tudo isso, brincando, pensei: nossa, só falta eu homenageá-lo! Afinal, como filha de um dos seus parceiros, fui uma privilegiada: muito pequena e buliçosa, “tocava” na famosa sanfona branca do Rei, enquanto ele visitava o meu pai, em nossa casa, no País de Caruaru. Seu Luiz achava graça na minha trela. Daí, para saudá-lo, resolvi narrar uma estória que ele contou a Seu Nelson. O causo aconteceu em uma cidade do interior, na época em que o Xêro da Karolina (com K), era sucesso. Durante um show, quando iniciava o xote, Lula foi interrompido pelo Delegado que quis proibi-lo de cantar tal música. Disse que Carolina era o nome de sua senhora e ele não admitia safadeza com o nome dela (a música era considerada indecente, pois Gonzaga gemia quando a cantava, embevecido com o xêro do cangote da moça). O Rei tentou argumentar: “mas Dotô, essa música eu tenho que cantar, o povo quer!” Aí, o sujeito ordenou: “então, mude o nome da mulher pra Minervina” No palco, Luiz, observando a plateia, deu os primeiros acordes. Na primeira fila, a otoridade, ao lado da esposa, encarava o sanfoneiro. Gonzaga, que não era besta, soltou a voz, acompanhado pelo auditório vibrando: Minervina foi pro samba, Minervina/ Pra dançar o xenhenhém, Minervina / Todo mundo é caidinho, Minervina / Pelo cheiro que ela tem / Minervina, huum, huum, huum (...) A incelênça deu uma gaitada, e, satisfeito, no final da apresentação convidou o cantador para jantar. Esperto, Luiz agradeceu, alegando que precisava viajar. Na verdade, ele queria se livrar daquele fuzuê: Minervina era casada com o pior inimigo do marido de Carolina, um Coroné, brabo que nem um siri na lata. O Rei e eu, saudade até que assim é bom...

* Valéria Barbalho é medica pediatra, filha do compositor Nelson Barbalho.

Carmélia Alves: a Rainha do Baião

Era assim que o Rei Luiz Gonzaga costumava chamar Carmélia Alves: a Rainha do Baião, falecida aos 89 anos de idade, no Rio de Janeiro no ultimo dia 3 de novembro de 2012. Filha de Raimundo – um cearense festeiro, que gostava de musica e de organizar festinhas nos bairros onde morou com Adelina, sua esposa, nascida na Bahia. Desse casamento nasceu Carmélia, numa quarta feira de cinzas no bairro carioca de Bangu. 

Com 17 anos começou a se interessar pela musica e pelos cantores da época. Participou de programas de calouros em Emissoras do Rio de Janeiro e, depois que terminou o curso ginasial, optou por seguir a carreira artística.

Foi casada durante 54 anos com o cantor Jimmy Lester. Um casamento muito sólido e de muita compreensão como ela própria gostava de dizer nos 15 anos que permaneceu viúva, até sua morte. A partir de 2010, recolheu-se ao Retiro dos Artistas, onde passou a viver. Faleceu no Hospital das Clinicas, após 20 dias de internação, devido a problemas cardíacos.

Carmélia Alves foi intérprete de algumas musicas que se tornaram
imortais no cancioneiro nacional. Na década de 50 fez muito sucesso com a musica “Sabiá na Gaiola”, com a qual seu nome ultrapassou fronteiras. Outros sucessos: ,”Trepa no Coqueiro” , “Pé de manacá”, “Esta noite serenou”, “Cabeça Inchada” e até frevos-canções muito cantados no Carnaval de Pernambuco. Ganhou muitos prêmios na época, foi nome da boate do famoso Hotel Copacabana Palace e também conquistou popularidade cantando sambas no estilo de Carmem Miranda.

Carmélia Alves jamais deixará de figurar na galeria dos grandes nomes da musica popular brasileira!

Luiz Gonzaga é o mais novo doutor honoris causa da UFRPE

O cantor e compositor Luiz Gonzaga (post mortem) é o mais novo doutor honoris causa da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na emocionante solenidade de outorga da honraria, realizada nesta quinta-feira, o diploma foi entregue ao sobrinho do Rei do Baião, o compositor e estudante de agronomia Sérgio Gonzaga.

A cerimônia foi acompanhada por estudantes, servidores da UFRPE, autoridades políticas, representantes da cultura nordestina e amigos do homenageado. Entre eles, a viúva do principal parceiro musical de Gonzaga, Zé Dantas, Iolanda Dantas. Na mesa, presidida pela reitora da UFPRE, Maria José de Sena, estavam o vice-reitor, Marcelo Carneiro Leão; Sérgio Gonzaga e os representantes do IFPE, Eric Viana; da UFPE, Tecina Lustosa; da Unicap, Aline Grego; e do Exército, Odilon Sampaio.

O professor Severino Mendes Júnior, autor da proposta de concessão do título, ressaltou que Luiz Gonzaga foi um autêntico representante da cultura nordestina por divulgar os costumes e as tradições do povo da região. “Cantou a fauna e a flora da caatinga com mensagens conservacionistas. Foi o mais ilustre nordestino que espalhou para todo o Brasil e para o mundo o ritmo do baião, bem como a cultura popular do Nordeste”, declarou.

O jornalista Francisco José – que, ao lado da jornalista Beatriz Castro, representou o programa Nordeste Viver e Preservar, onde o docente teve a ideia de concessão da comenda – parabenizou a iniciativa por se tratar de uma das mais significativas homenagens das poucas que, segundo ele, foram feitas ao ídolo. “É um título muito merecido para quem realizou tudo o que Luiz Gonzaga alcançou. Ele é imortal e certamente está entre nós dizendo: eu sou rei e agora sou Honoris Causa da Universidade Federal Rural de Pernambuco”, enfatizou.

Para o vice-reitor da UFRPE, Marcelo Carneiro Leão, Luiz Gonzaga cantou a fauna e a flora e, em especial, a gente, que é de quem trata a Universidade Rural, cada um no seu campo do conhecimento: o popular e o científico. “Luiz Gonzaga, como a UFRPE, vem se renovando a cada dia através de sua obra”, sublinhou.

A reitora, Maria José de Sena, declarou-se muito honrada em poder realizar a outorga do título a quem considerou um homem de amor acima de tudo. De acordo com a reitora, a história da UFRPE e do Rei do Baião possui laços fortes, a começar pelo fato de terem nascido no mesmo ano. “Cantaram em linguagens diferentes os animais e a vegetação. Luiz Gonzaga de forma poética e a UFRPE de maneira científica. Ele foi o maior psicólogo que o Nordeste já teve, pois amenizava a dor. A UFRPE é que agradece a possibilidade de fazer esse reconhecimento público ao grande homem que foi Luiz Gonzaga do Nascimento”.

A homenagem se deve às comemorações coincidentes do centenário do Rei do Baião e os 100 anos dos primeiros cursos da UFRPE. A proposta foi formalizada e aprovada, por meio da Resolução nº 158/2012, pelo Conselho Universitário da UFRPE.

O Título de Doutor Honoris Causa é concedido a personalidades que tenham se distinguido pela sabedoria ou pela atuação frente a artes, ciências, filosofia, letras ou das relações com a sociedade. A UFRPE já concedeu o título a personalidades como o escritor Ariano Suassuna, religioso Dom Helder Câmara e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na ocasião, houve apresentação musical com a Retreta da Polícia Militar em homenagem a Luiz Gonzaga.

FONTE: UFRPE

Site faz aniversário com show na Sudene

Forrozeirospe.com.br está completando cinco anos de existência.

Criado por iniciativa do produtor cultural Claudio Rocha para preservar e divulgar o forró pé-de-serra e outras manifestações da cultura popular de Pernambuco, o site comemora o evento com um show na Associação dos Servidores da SUDENE, no sábado, dia 24, a partir das 13h.

Participação dos forrozeiros João Lacerda, Cylene Araujo, Ivan Ferraz,
Diego Cabral, Forró Xinelo Rasgado, Mardônio, Jorge Silva, Bruno Reynaux Forró Flor de Lótus, Deivinho, Paulo César do Acordeon entre outros. Na ocasião, a banda Fredy e Mary – Forró Bem Bolado vai lançar o seu DVD gravado no Parque Dona Lindu no São João deste ano.

Serviço:

Aniversário do Site ForrozeirosPE
Quando: 24 de novembro de 2012 a partir das 13h
Onde: Associação dos Servidores da SUDENE - Rua Lindolfo Collor, S/N - Engenho do Meio
Informações: (81) 8519-5002 / 9938-1351

CD: O Artista Cabra da Peste

A história de vida do pernambucano Ivan Ferraz, 68 anos, pode ser resumida em uma palavra: forró. O ritmo tomou conta das atividades dele quando ainda era moço. Cantor, compositor, poeta e radialista há 31 anos, Ivan tem nove LPs e oito CDs lançados. Todo esse trabalho ganhou provas de reconhecimento. Ivan tem título de cidadão do Recife e Caruaru, além de uma placa da Assembleia Legislativa. Hoje, apresenta o programa Forró, verso e vida de segunda a sexta das 16h às 18h, na rádio pública da Universidade Federal de Pernambuco. Lá, declama poesias e chama velhos e novos forrozeiros para divulgarem sua música.

Vaidoso, o músico não gosta de falar muito sobre sua idade. “Não tenho idade, tenho vida. Só é velho quem não está morto, não é verdade?”, indagou, bem-humorado. Ele, conta, que ainda não atingiu todos os objetivos de sua trajetória. “Gostaria que os forrozeiros fossem mais valorizados pela sociedade. Enquanto isso vou seguindo meu caminho fazendo a divulgação dos conhecidos e dos anônimos”, destacou. Cabra da peste, nascido em Floresta, no Sertão do estado, a juventude de Ivan foi marcada pelas serestas. Ele também escutava muito rádio, principalmente as músicas de Luiz Gonzaga. Nessa época, o rapaz nem imaginava que seria amigo do Rei do Baião.

O primeiro encontro entre os dois aconteceu quando Gonzaga fazia um show em uma praça em Floresta. Mas a amizade começou depois que Ivan foi trabalhar como produtor numa famosa loja de discos da época. O relacionamento rendeu frutos que duram até hoje. No mês que vem, o radialista vai lançar o CD “Eu e Gonzagão”. As 14 faixas passeiam entre músicas, poesias e na capa até tem uma foto de uma matéria que o Diario publicou sobre os dois no ano de 1986. “Esse é meu presente para o centenário dele. Ele não viveu para ver, mas eu espero estar vivo para apreciar as homenagens feitas a mim no meu aniversário de 100 anos”, brincou.

O repente também está no cotidiano de Ivan. O som da viola por trás da poesia matuta lembra os tempos de criança e juventude do compositor em Floresta. Casado há 35 anos, o pai de filha única e avô do neto de sete anos, é pessimista em relação ao futuro da música. “Meu neto está estudando piano, mas eu sempre digo para ele usar o instrumento apenas como atividade paralela. Hoje em dia viver da música é muito difícil”, opinou. Com o intuito de ajudar os artistas no que chama de dificuldade, toda última quinta-feira de cada mês, o radialista escolhe um forrozeiro para dedicar um programa especial. Faz isso há três anos. O primeiro homenageado foi Arlindo dos Oito Baixos. Programas que “cuidam” da cultura nordestina são o foco de Ivan, que já trabalhou também na TV Pernambuco.

Ivan já gravou tantas músicas que nem sabe quantas já escreveu. A canção preferida do forrozeiro é Juventude no Forró, composta por Brito Lucena. A letra é um clamor para os jovens se prepararem para não deixarem o forró morrer. Outro tema preferido do radialista são as músicas que retratam o meio rural. Além de escrever, as atividades preferidas do compositor são ler jornais, revistas e livros de poesias, além de conversar. “Adoro uma boa conversa, ela faz o tempo passar e a gente nem perceber”, disse.

FONTE: CAROLINA BRAGA / DIARIO DE PERNAMBUCO

CD: Assisão: 50 Anos de Forró

Assisão completou este ano anos 70 anos de idade, e 50 carreira, contados do primeiro compacto gravado na Rozenblit, em 1962, com quatro músicas de sua autoria: “Naquele tempo não era fácil gravar. Fiz este compacto, voltei para minha cidade. Continuei cantando carnaval, baile. Participei de um grupo, o Azes do Baião. Compunha e mandava para as gravadoras”, conta o cantor, que está lançado DVD e CD para marcar as datas redondas: 50 anos de forró - Assisão ao vivo, registro de um show em Rio Formoso (PE). 

Palcomp3: http://palcomp3.com/assisao/

Facebook: http://www.facebook.com/assisao.forrozeiro?fref=ts

Conto para shows: (81) 9615-6010 - Falar com Roberto Andrade da Confraria do Forró

O meio século de estrada de Assisão

Forrozeiro de Serra Talhada começou na Rozenblit
Assisão completou este ano anos 70 anos de idade, e 50 carreira, contados do primeiro compacto gravado na Rozenblit, em 1962, com quatro músicas de sua autoria: “Naquele tempo não era fácil gravar. Fiz este compacto, voltei para minha cidade. Continuei cantando carnaval, baile. Participei de um grupo, o Azes do Baião. Compunha e mandava para as gravadoras”, conta o cantor, que está lançado DVD e CD para marcar as datas redondas: 50 anos de forró - Assisão ao vivo, registro de um show em Rio Formoso (PE).

A relação de nomes que o gravaram é extensa. Sua fama como compositor antecedeu a de cantor. Em 1975, o Trio Nordestino emplacou dois grandes sucessos com Forró pesado e Esquenta moreninha, de Assisão. O que levou os concorrentes dos Três do Nordeste e recorrer ao talento do pernambucano no ano seguinte. No LP Forró pra juventude, de 1976, cinco das 13 faixas são assinadas por Assisão. Até aí a censura não o incomodava. Isto porque não sabia ler nas entrelinhas: “Esquenta moreninha é uma relação de um casal que se encontra num forró”, entrega Assisão, cantarolando os versos: “Curtir uma ressaca no seu colo estou seguro/Sem contar com os beijinhos no cantinho/atrás do muro/tem boi na linha/tem, tem, tem”. Eles não entenderam. Mas outras são mais clara, como Pescador que diz: Maria vamos pescar, na beira da lagoa, tu leva teu jequi, eu levo minhoca da boa. O Jequi é um cesto pra botar peixe. Mas a culpa disto tudo é da língua portuguesa. Por exemplo, tem a manga de camisa, e tem a manga de chupar. Vai depender da interpretação. Agora estas bandas de agora estão fazendo bem pior, e nem é forró. Sei que me copiaram muito. Mas tem uma coisa boa nas bandas. Elas cobram caro, e a gente tem a deixa para comparar os cachês e pedir alto também”, comenta o forrozeiro, que trafega pelas estradas do Nordeste em um ônibus confortável, com uma equipe de 13 pessoas.

Entre o compacto duplo na Rozenblit e o primeiro LP se passaram 15 anos. Sua fama como compositor levou a extinta Beverly a lançá-lo nacionalmente no álbum faz e diz, um disco todo autoral: “Acho que demorou também porque nunca morei no Rio ou São Paulo. Até hoje é indo e voltando”. Este vai e volta não foi empecilho para que ele tivesse discos lançados elas maiores gravadoras do país: RCA e EMI e as extintas Copacabana, Chantecler, Continental: “Até agora foram 48 discos. Com o recorde de 300 mil de Pau nas coisas. Só pequenininha tem mais e 250 regravações, de Elba, Trio Virgolino, Frank Aguiar, e por aí vai. Tenho umas 700 músicas, tudo feito sozinho. De vez em quando a gente dá umas parcerias. Quando estrela guia, que Fagner gravou, passou a tocar muito no exterior, Pedro Cruz, da RCA, pediu pra botar o nome dele. Argumentou que com o nome dele, era mais fácil o dinheiro chegar pra gente”.

Pouca gente sabe que o adolescente Assisão pensava em ser médico. O pai o mandou para o Recife estudar no Salesiano, para que ele se preparasse para o vestibular. Francisco de Assis Nogueira, no entanto, desde os onze fazia forró, e desistiu da medicina antes de entrar na faculdade: “Um dia eu vinha pela Conde da Boa Vista, ia passando um carro peguei uma carona e só fui parar em Serra Talhada”, conta Assisão, o forrozeiro indie (de independente mesmo), que desde o início da carreira nunca seguiu modas, nem se alinhou a grupos, ou associações de classe: “Eu queria saber destas associações de forrozeiros não o que eles estão fazendo agora, ou já fizeram, mas o do futuro dos forrozeiros. Quantos forrozeiros existem por aí passando fome? A lagartixa passeando por baixo das panelas da casa deles, porque não tem fogo acesso? Jackson do Pandeiro morreu lascado, e Luiz Gonzaga no fim da vida também não tinha dinheiro”, questiona, e ensaia uma frase efeito: “Do jeito que anda, o forró vai acabar. Quem fazer o forró no São João é Lady Gaga”.

Publicada em 06/11/2012 por: José Teles

Ivaldo Batista lança Cordel em homenagem a Ivan Ferraz

Luiz Gonzaga foi quem mais arrecadou direitos autorais no São João

Revela Lauro Jardim, na sua coluna Radar Online, no portal da Veja, que a família de Luiz Gonzaga ficou a maior parte destinada ao pagamento de direitos autorais no período das festas juninas de 2012, ano do centenário de nascimento do Rei do Baião.

Segudo o Ecad - Escritório de Arrecadação de Direitos Autorais - a família de Luiz Gonzaga ficou com a maior parte dos R$ 1,7 milhão distribuídos para 5.037 compositores.

A cartografia poética de Gonzagão

Câmara Cascudo escreveu na contracapa de um disco de Luiz Gonzaga: "O sertão é ele". Ninguém duvida. O músico, jornalista e escritor paraense Bené Fonteles reforça a importância do ícone nordestino com o livro "O Rei e o Baião", tido como uma obra definitiva para se entender e conhecer mais o legado do músico que pôs a música nordestina no mapa cultural do Brasil no século XX. Bené virá ao Estado para lançar o livro e participar da mesa "Luiz Gonzaga: Uma Poética Musical", dia 24 de novembro, durante o 4º Festival Literário da Pipa (o evento começa dia 22). Ele dividirá a prosa com Marcos Lopes, criador do Forró da Lua, e o pesquisador pernambucano Paulo Wanderley. A assinatura de Cascudo e outros tantos dados foram relacionados no livro - que para ele, faz parte de um processo que ele conduz desde os anos 70, quando conheceu Gonzagão. Seu livro também inspira o filme "Gonzagão: de pai para filho", que estreia próxima semana. Ao VIVER, ele falou longamente sobre seu ídolo e objeto de estudo. 

FONTE: TRIBUNA DO NORTE

Música de Luiz Gonzaga e Gonzaguinha permeia a tela do cinema brasileiro

A música de Luiz Gonzaga e Gonzaguinha permeia todo o longa metragem, pontuando a relação conflituosa entre os dois, exposta numa conversa gravada entre pai e filho, que praticamente não conviveram. O filme entrará em cartaz em todas as salas de cinema do Brasil a partir do dia 26 de outubro.

Habilidade para se superar

Depois de enfrentar problemas de saúde, Arlindo dos 8 Baixos lança DVD “Arlindo dos 8 Baixos ao Vivo”

FONTE: FOLHA DE PERNAMBUCO
Durante toda sua vida, Arlindo dos 8 Baixos esteve focado em suas mãos. Fosse no corte da cana, no engenho em Siranhaém, Mata Sul de Pernambuco, onde cresceu; nos salões de cabeleireiro no Cabo de Santo Agostinho e depois no Recife, onde trabalhou. Ou tocando sanfona e fole de 8 baixos, ofício que o consagrou. Mas foi de sua perna esquerda toda a atenção nos últimos meses. Em março, uma unha encravada que infeccionou o fez ficar internado tempo suficiente para não tocar no São João de 2012, pela primeira vez depois de 50 anos de carreira - e já com três shows agendados. Contudo, essa não foi a única perda do músico no período. A infecção, agravada pela diabetes que o acompanha há 40 anos e já havia lhe tirado a visão (a mesma que lhe possibilitou aprender sozinho a tocar, aos 10 anos de idade, quando pegava escondido o instrumento do pai e reproduzia o que observava ver outros músicos fazerem), culminou com a amputação da parte contaminada da perna e uma rotina dolorosa de repouso e curativos.

Hoje, porém, o foco se volta novamente para a habilidade de Arlindo manuseando o fole. Ele lança, a partir das 18h30, na Passadisco, o DVD “Arlindo dos 8 Baixos ao Vivo”. O trabalho é resultado de um show realizado na Fenearte de 2009, com a participação de Ronaldo Aboiador e Rouxinol do Nordeste. No DVD, mostra as várias vertentes do instrumento, indo do forró (“Buliçoso”, “Onde tu tá neném”, “Olha pro céu”, “Isso aqui tá bom demais”), ao frevo (“Vassourinhas”), passando pelo chorinho (“Brasileirinho”, “Tico-tico no fubá”) até merengues e cúmbias. “Eu fiz o espetáculo sem pretensão de lançá-lo em vídeo, mas Roberto Andrade, meu produtor, filmou sem meu conhecimento e, ao final da apresentação, entregou uma cópia ao meu filho mais velho. ‘Olha, eu fiz um registro que precisa circular’, ele disse. Meu filho guardou o material e a gente achou que esse momento de superação seria ideal para trazê-lo a público e comemorar”, conta.

A cicatrização da perna finalmente permitiu ao sanfoneiro retomar suas atividades: consertar instrumentos, dar aulas e se apresentar no famoso Forró do Arlindo, que ocorre aos domingos no quintal de sua casa. “A minha mão direita está doendo um pouco, meio entravada, mas eu venho praticando. Já a perna está bem. Daqui a cinco meses estará pronta para receber a prótese”, afirma. Mesmo diante de todas as adversidades causadas pela diabetes, a hemodiálise - obrigatória três vezes por semana -, e uma alergia que faz suas mãos coçarem e até mesmo sangrarem, Arlindo nunca pensou em parar de tocar. Foi em reverência a isso e à sua virtuosidade como músico que Roberto Andrade tentou por três vezes que a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) reconhecesse Arlindo como patrimônio vivo. O título ainda não foi concedido, mas parece estar bem próximo. “Não sei se foi a marca de 50 anos de carreira, mas mandaram me chamar, ligaram pedindo uns documentos”, revela o músico.

A homenagem ao cinquetenário não pára por aí. O produtor adianta que está preparando outros dois projetos para celebrar a data, além do DVD lançado hoje: uma coletânia em disco e um livro sobre a vida do pernambucano. “A ideia é lançar o álbum, que além de músicas vai conter registros de conversas com Arlindo, no dia 13 de dezembro, centenário de Luiz Gonzaga. O livro está programado para abril do ano que vem, vai se chamar ‘O artesão do forró’ e está sendo escrito por Jaques Cerqueira”, diz. Arlindo vai, ainda, receber uma medalha na festa para Gonzação realizada em Exú, no final do ano. Nada mais justo, levando-se em consideração a parceria dos dois sanfoneiros. “Foi Gonzaga o responsável pelo lançamento do meu primeiro disco e também foi ele que me deu esse apelido. A gente tocou junto durante anos, em turnês pelo País inteiro. Éramos bons amigos”, lembra o rei dos 8 baixos.

CD: Galera Forrozeira Vol. 01

Contatos para shows e vendas de CDs: (84) 3272-4927 / 9944-2702 / 9636-6509

Site Oficial: http://galeraforrozeira.com.br

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Indicação de Livro: Luiz Gonzaga, Centenário do Rei do Baião

Visão panorâmica da obra gonzaguiana através da narrativa de seus feitos musicais e artísticos e sua influência na cultura brasileira.

Escritor: Edvaldo Arlégo

Onde comprar: Livraria Jaqueira e Edições Edificantes

Informações: (81) 3221-4964

DVD: Arlindo dos 8 baixos

Show gravado na Feneart 2009 no Centro de convenções Olinda/PE.

O DVD reúne 23 faixas e conta com as participações especiais de Ronaldo Aboiador e Róxinol do Nordeste.


Produção executiva: Espaço Cultural Arlindo dos 8 baixos e Confraria do Forró
Produção Artística: Roberto Andrade
Direção Musical: Raminho da Zabumba
Capa: Edna Batista


Vendas: (81) 9444.9315 / 9681.0910 / 3443.9147

CD: Tácyo Carvalho

Com vários trabalhos gravados em Vinil e CD, Tácyo Carvalho traz na discografia músicas com grandes nomes de compositores como: Luiz Gonzaga, Chiquinha Gonzaga, João Silva, Jorge Bodart, Zé Mocó, Zé Marcolino, Joquinha Gonzaga, entre outros.

Contatos: (71) 9974-7441 / 8843-0370 / (87) 8825-9176
E-mail: alzesproducoes@hotmai.com

Facebook: http://www.facebook.com/tacyo.carvalho.9

Morte do vaqueiro virou letra de música em 1963

Toada foi composta em homenagem a Raimundo Jacó, primo de Luiz Gonzaga

Fonte: Folha de Pernambuco
A cruel morte do vaqueiro virou sinônimo de protesto, de luta e letra de música do Rei do Baião, que era primo de Jacó. “Raimundo Jacó era um vaqueiro muito valente, muito popular, muito querido, mas muito pobre. Era de Exu, meu primo legítimo e, por isso, eu senti a ausência de justiça diante de sua morte. Então, achei que uma canção seria boa para servir como denúncia”, contou o próprio Luiz Gonzaga, em entrevista ao jornalista Ernesto Paglia para o programa Globo Repórter.

A toada “A Morte do Vaqueiro” foi gravada no ano de 1963 em um disco de 78RPM, tendo Nelson Barbalho como parceiro de autoria. Em depoimento à jornalista francesa, Dominique Dreyfus, que escreveu a biografia “Vida do Viajante – A Saga de Luiz Gonzaga”, Nelson Barbalho relembrou o momento da composição: “A Morte do Vaqueiro foi composta na rua Vidal de Negreiros, nº 11, no Recife. Nós almoçamos juntos e depois fomos para a sala. Tinha um relogiozinho feito de coco, daqueles que balançam e Luiz ficou olhando o relógio e, daqui a pouco, falou: ‘eu sempre tive vontade de prestar uma homenagem a um primo meu, que era vaqueiro e foi assassinado lá no Sertão’. E ele contou a história de Raimundo Jacó que foi assassinado na caatinga, e nunca ninguém soube quem era o culpado. Eu disse que isso podia fazer um baião danado de bom, e na mesma hora ele pegou na sanfona e fez: ‘Lá lari lari lara’ e eu fiz ‘Numa tarde bem tristonha’; e ele: ‘Larará lará Lara’ e eu: ‘Gado muge sem parar/ relembrando seu vaqueiro/ que não vem mais aboiar’ e, no final da tarde, a música estava pronta”.


A Morte do Vaqueiro
Luiz Gonzaga / Nelson Barbalho - 1963

Numa tarde bem tristonha
Gado muge sem parar
Lamentando seu vaqueiro
Que não vem mais aboiar
Não vem mais aboiar
Tão dolente a cantar

Tengo, lengo, tengo, lengo,
tengo, lengo, tengo
Ei, gado, oh...

Bom vaqueiro nordestino
Morre sem deixar tostão
O seu nome é esquecido
Nas quebradas do sertão
Nunca mais ouvirão
Seu cantar, meu irmão

Tengo, lengo, tengo, lengo,
tengo, lengo, tengo
Ei, gado, oh...

Sacudido numa cova
Desprezado do Senhor
Só lembrado do cachorro
Que inda chora a sua dor
É demais tanta dor
A chorar com amor

Tengo, lengo, tengo, lengo,
tengo, lengo, tengo
Tengo, lengo, tengo, lengo,
tengo, lengo, tengo
Ei, gado, oh...

Ivan Ferraz e Cobra Cordelista são homenageados no IV Encontro de Poetas Repentistas e Emboladores

Dezenas de apreciadores da arte compareceram à Casa da Cultura, em Jaboatão Centro, para mais uma edição do Encontro de Poetas, Repentistas e Emboladores. O evento, que aconteceu na última quinta (23) e reuniu nomes como o de Ivanildo Vila Nova, autor da música Nordeste Independente, Geraldo Valério e Chico de Assis. 

Ivan Ferraz foi homenageado com a apresentação dos versos dos poetas repentistas Edmilson Ferreira e Antônio Lisboa. Além de receber uma homenagem, como reconhecimento do trabalho em defesa da cultura popular no programa Forró, Verso e Viola pela Rádio Universitária FM. 

Outro momento especial foi para o poeta Cobra Cordelista, falecido recentemente, que foi homenageado com um tributo feito pela Cia da Poesia que declamou seus versos.