quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Daquele Jeito! - Anastácia

Aos 77 anos, a forrozeira que é uma das mais importantes compositoras do gênero e está de volta. Entre músicas inéditas e regravações, Anastácia apresenta no disco novo alguns dos elementos que marcam sua trajetória: belas composições e verdadeiros hinos do cancioneiro regional.
Sempre aberta ao novo e suas possibilidades de experimentação, o disco flerta ainda com o Reggae, e traz duetos especiais com artistas como Raimundo Fagner, Fafá de Belém, Alcione e Zeca Baleiro. Também apresenta representantes indispensáveis da música nordestina, como Niltinho Ribeiro, Dantas do Forró, Germano Junior, Trio Xamego e Diego Figueiredo.
“Nascida Lucinete Ferreira na década de 40 em Recife, a cantora e compositora Anastácia percorreu um grande caminho para chegar ao posto mais alto da realeza da cultura tradicional e popular nordestina: a Rainha do Forró! Seu protagonismo vem desde criança, destacando- se ao cantar e animar as festas em casas de conhecidos e celebrações religiosas, não demorou muito para cair nas graças da pequena rádio local e ganhar o público com o seu carisma ímpar, dando início assim ao que seria uma vida dedicada à arte e cultura brasileira.
Compositora, cantora e com um vasto material produzido para inúmeros artistas da música brasileira, Anastácia comemora suas mais de 500 composições solo e com parcerias e outras mais 200 com seu companheiro Dominguinhos. Muitos sucessos fazem parte desse grande acervo cultural, tais como “Eu só quero um Xodó”, “Tenho Sede” e “Contrato de Separação.”

Faixas
01. Forró Tema
02. Doce CAchaça - Part. Especial: Zeca Baleiro
03. Doida por Forró
04. Daquele Jeito - Part. Especial: Germanno Júnior
05. O Sertão Te Espera -Part. Especial:Raimundo Fagner
06. Folia do Forró
07. O Canto de Acauã - Part. Especial: Fafá de Belém
08. No Balanço da Rede
09. Quero Um Chamego - Part. Especial: Trio Xamego
10. Na Onda do Reggae
11. Não Tem Nada Não - Part. Especial: Dantas do Forró
12. Faça o Que Quiser de Mim - Part. Especial: Niltinho Ribeiro
13. Sanfoneiro de Pé de Serra
14. Meu Bem-Te-Vi
15. Eu Só Quero um Xodó - Part. Especial: Alcione e Diego Figueiredo
16. Daquele Jeito (faixa bônux) 

Hino do Bloco Joga Água em Mim

Fundado em 2005 começou com um grupo de amigos que se reuniam nos finais de semana para tomar uma cerveja e por conta do calor começavam a jogar água um no outro. Daí surgiu a ideia de sair pelas ruas dos bairros curado II e III no Carnaval. A saída do bloco é sempre no domingo antes do sábado de ze Pereira. Este ano sairá no dia 04/02/18.
Hino do Bloco - Interprete: Sérgio Henrique 
"É Carnaval a gente canta a gente brinca, é sempre assim
No bloco do joga água a gente bebê até cair
Pelas ruas dos curados, ele desfila até o fim
Saudando a todos e pedindo aos foliões, joga água em mim."

Ordem do Mérito Cultural é entregue a Genival Lacerda


Nascido em Campina Grande (PB), o cantor e compositor Genival Lacerda ficou conhecido por cantar Forró, Xote Baião e Arrasta-Pé. Em 1955, gravou seu primeiro disco de 78 rotações e obteve sucesso com a faixa "Coco de 56". Em 1964, incentivado pelo concunhado Jackson do Pandeiro, foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou em casas de forró. Ao longo dos anos, acumulou sucessos que conquistaram o País. Os títulos "Radinho de pilha", "Quem dera", "Mate o véio", "Galeguim do zói azu" e "Rock do jegue" são alguns exemplos. A música "Severina xique-xique" foi lançada na década de 1970 e consagrou o artista. O verso "Ele tá de olho na boutique dela!" se tornou o mais popular do cantor. Graças a essa composição de sua autoria e João Gonçalves, ele vendeu cerca de 800 mil cópias.
Em sua trajetória profissional, Genival gravou cerca de setenta discos e virou referência de humor e de musicalidade, que ultrapassou décadas e sobreviveu a modismos musicais. "Eu me sinto felicíssimo e orgulhoso em receber a Ordem do Mérito Cultural".
Trinta e duas personalidades e instituições brasileiras que se destacaram no cenário cultural do País ao longo dos anos foram reconhecidas com a Ordem do Mérito Cultural (OMC), maior honraria pública da Cultura. A condecoração foi entregue pelo presidente da República, Michel Temer, a primeira-dama Marcela Temer, e o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, em cerimônia nesta terça-feira (19) no Palácio do Planalto, em Brasília. O tema escolhido pelo Ministério da Cultura neste ano foi "Cultura, Inovação e Empreendedorismo". O objetivo foi homenagear toda a cadeia produtiva da Cultura e não apenas uma personalidade, como tradicionalmente ocorre desde 1995.  
"Neste ano, fizemos tremular a bandeira da economia criativa, do empreendedorismo cultural e de sua dimensão econômica. As atividades culturais e criativas constituem um setor cada vez mais relevante da economia brasileira, que responde por 2,64% do PIB e gera um milhão de empregos diretos. Trata-se de uma fonte de desenvolvimento econômico para a qual o Brasil demonstra grande vocação, que apresenta alto impacto na geração de renda, emprego e inclusão. Além disso, apresenta baixíssimo impacto ambiental", destacou Sá Leitão. "Esta cerimônia consagra esse novo olhar ao exaltar o tema cultura e empreendedorismo e ao valorizar a economia criativa e homenagear os que dedicaram muito de suas trajetórias profissionais em prol da cultura brasileira", completou. 
Ao final da cerimônia, em discurso improvisado, o presidente Michel Temer, no ambiente da OMC ao qual classificou como fraternal, contou aos presentes que sempre teve interesse em ingressar no mundo das artes e elogiou o desempenho do ministro Sá Leitão à frente do Ministério da Cultura. O presidente também reafirmou seu compromisso com a área cultural. "No ano passado, na mesma Ordem do Mérito Cultural (OMC), prometi que iríamos aprovar a prorrogação do Recine e da Lei do Audiovisual, e o fizemos. Hoje como prometi ao ministro Sérgio Sá Leitão, me comprometo em ampliar o orçamento da cultura para o próximo ano", afirmou Temer.
 Diversidade 
A seleção dos agraciados buscou a diversidade de áreas da cultura, de regiões, de raça e de gênero. Entre os agraciados, há desde artistas emblemáticos e grandes empresários do setor até personalidades da cultura popular local. 
Durante a cerimônia, houve apresentações culturais do coral Tutti Choir e da Orquestra Soncietá, que apresentaram um pot-pourri de canções do compositor pernambucano Marlos Nobre e outras músicas brasileiras, como "Aquarela do Brasil", e do grupo Galo da Madrugada, um dos agraciados este ano, que levantou a plateia ao ritmo de frevo. 
Graus de nobreza 
A Ordem do Mérito Cultural é composta por três classes: Grã-Cruz, Comendador e Cavaleiro. Integram a classe Grã-Cruz, o maior título, seis agraciados; a classe Comendador tem 11 nomes; e a classe Cavaleiro, 15. É possível que a mesma pessoa receba a comenda mais de uma vez, porém em classes diferentes. Os órgãos e entidades públicas e privadas, nacionais e estrangeiras são admitidos na Ordem sem grau de classes.
Seleção
O Ministério da Cultura recebeu indicações para a OMC 2017 entre os dias 29 de setembro e 18 de outubro. No período, qualquer cidadão pôde indicar grupos artísticos, pessoas físicas, iniciativas culturais ou instituições que apresentem relevantes contribuições à cultura brasileira. As sugestões são analisadas por uma Comissão Técnica do Ministério da Cultura e em seguida avalizadas pelo Conselho da Ordem do Mérito Cultural, presidido pelo ministro da Cultura. 

Com Informações da Assessoria de Comunicação do Ministério da Cultura

Conselho de Preservação realiza tombamento do acervo do Mestre Vitalino


Processo de tombamento envolve 232 peças do Mestre Vitalino, considerado um dos maiores artistas da história da arte do barro no Brasil
Por Marcus Iglesias

Por unanimidade, os membros do Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural (CEPPC) aprovaram, nesta quinta-feira (28), o tombamento do acervo do Mestre Vitalino, considerado um dos maiores artistas da história da arte do barro no Brasil. O processo inclui 232 peças do mestre que fazem parte do acervo de quatro instituições públicas: O Museu do Barro de Caruaru (Mubac), o Centro Cultural Benfica, o Museu de Arte Popular do Recife (MAP) e o Museu do Homem do Nordeste.
Participaram da reunião diversos conselheiros do CEPPC, além da mesa-diretora, formada pela presidente Márcia Souto e o vice-presidente Aramis Macêdo, e os relatores Elinildo Marinho de Lima e Claudio Brandão de Oliveira. Para Márcia Souto, que também é presidente da Fundarpe, a aprovação por unanimidade “ressalta a importância de discutirmos políticas públicas para área de cultura a partir dessa perspectiva patrimonial, uma vez que ela nos permite não só preservar, mas enaltecer e valorizar o riquíssimo patrimônio cultural pernambucano”.

De acordo com Elinildo Marinho de Lima, suplente da categoria Antropologia, Sociologia e Turismo, o parecer foi favorável diante da significação memorialística, artística e cultural da obra do Mestre Vitalino. “A importância deste mestre e de sua obra é imensamente significativa para a cultura pernambucana, nordestina e brasileira. Sua arte traduziu de forma impar e singular sua terra, sua gente, e sua cultura. Por meio do barro, este homem, único e simples, desenvolveu de forma brilhante, extremamente particular, uma forma de tocar, sensibilizar, e fazer sentir e refletir sobre a vida comum e a vida cultural”, opinou o relator do processo.
Ainda segundo Elinildo Marinho de Lima, o pedido foi feito em 1995, pelo então presidente da Fundarpe, o escritor Raimundo Carrero, encaminhado para o então secretário de Cultura, Ariano Suassuna. O processo teve como base uma análise técnica da Gerência de Preservação do Patrimônio Cultural da Fundarpe, realizada no dia 1º de outubro de 2014, que deu parecer conclusivo.
Agora o processo retorna à Secult-PE e Fundarpe, que o encaminhará para o governador do Estado, responsável pela assinatura do decreto de tombamento. Depois de publicado, o decreto é despachado ao CEPPC, que inscreve os imóveis no seu livro de tombo.

As obras do Mestre Vitalino que fazem parte deste pedido de tombamento estão divididas da seguinte forma: Museu do Barro de Caruaru (MUBAC), com 67 peças; Centro Cultural Benfica, ligado à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFPE, com 73 peças; Museu de Arte Popular do Recife (MAP), com 31 peças; e Museu do Homem do Nordeste, com 61 peças.
Histórico do Mestre Vitalino - Vitalino Pereira dos Santos (1909-1963), conhecido como Mestre Vitalino, nasceu na cidade de Caruaru, Pernambuco, no dia 10 de julho de 1909. Filho de um lavrador e de uma artesã que fazia panelas de barro para vender na feira, desde seis anos de idade já fazia transparecer seu talento moldando pequenos animais com as sobras do barro.
O barro tirado do Rio Ipojuca, em cujas margens, Vitalino brincava na infância, foi desde cedo a matéria-prima que sem imaginar, mais tarde daria forma a sua arte e o tornaria famoso, produzindo uma arte simples que encantou o mundo, e que os especialistas decidiram batizar como arte figurativa.
O caminho para sair do anonimato foi longo. Do Alto do Moura, onde o artista viveu e contava com a ajuda dos filhos, produzia as peças para vender na feira de Caruaru. Só a partir de 1947 a vida começou a melhorar, com o convite do artista plástico Augusto Rodrigues para uma exposição no Rio de Janeiro, passando a apresentar suas peças na Exposição de Cerâmica Popular Pernambucana.
Em janeiro de 1949, a fama do Mestre Vitalino foi se ampliando com uma exposição no MASP, e em 1955 fez parte de uma exposição de Arte Primitiva e Moderna, em Neuchâtel, na Suíça. Suas obras passaram a ser valorizadas no Sudeste, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Sua arte está exposta não só em grandes museus brasileiros, mas também no Museu de Arte Popular de Viena, na Áustria e no Museu do Louvre, em Paris. No Brasil, grande parte de seu trabalho está nos museus Casa do Pontal e na Chácara do Céu, no Rio de Janeiro, no Acervo Museológico da Universidade Federal de Pernambuco, no Recife, e no Alto do Moura, em Caruaru, onde o artista viveu.
Mestre Vitalino deu vida a sua arte de barro, como “os bois”, “as vacas”, “os cangaceiros”, “a ciranda”, “a banda de pífanos”, “o violeiro”, “o zabumba”, “o cavalo-marinho”, “a casa de farinha”, “os noivos a cavalo”, “Lampião”, “Maria Bonita”, “a vaquejada”, entre outros. Sua produção artística passou a ser iconográfica, influenciando a formação de novas gerações de artistas, principalmente no Alto do Moura. A casa onde o artista viveu foi transformada no Museu Vitalino, e seu entorno é ocupado por oficinas de artesãos.
Mestre Vitalino faleceu em Caruaru, no dia 20 de janeiro de 1963.