quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Poesia com teatro




Um dos formatos de espetáculo mais interessantes em que pude tomar parte foram as leituras dramatizadas de texto poéticos. Meu grande aprendizado começou no ano de 1985 quando fiz parte do GRUPO DE POESIA FALADA DO RECIFE, no qual conheci encenada nos palcos a poesia de: Fernando Pessoa, Joaquim Cardoso, João Cabral de Mello Neto, Ascenso Ferreira, Manuel Bandeira, Audálio Alves, José Mário Rodrigues, Jaci Bezerra, Alberto da Cunha Melo, Celina de Holanda, Janice Japiassu, Tereza Tenório e Patativa do Assaré.

Posteriormente, fundei em 1989 meu próprio grupo o GRUPO DE ANIMAÇÃO CULTURAL DO SESC-SANTA RITA, no qual partimos para pesquisa e experimentalismo montando ao todo quatro espetáculos, que culminaram com nosso premiado espetáculo NORDESTE NA MENTE, com o qual fui premiado pelo trabalho musical várias vezes em Pernambuco e até num festival de caráter nacional em Ponta Grossa-PR em 1991. Foi neste lindo espetáculo, em que pesquisei para compor trilhas musicais, já que além de ator também assinava a direção musical, que aprendi pelas mãos do amigão Neném Patriota as formas fixas da poesia popular nordestina da cantoria e da literatura de cordel.

A vida de casado obrigou-me a me abster dos palcos a partir de 1992, quando nasceu meu filho mais velho. Fui pro mercado formal de trabalho e encarar o curso de engenharia civil, passando cerca de 7 anos de minha vida longe dos palcos de teatro, eventualmente, fazendo meus shows de voz e violão que me garantiam complemento de renda familiar necessária para fazer frente às despesas da casa. Em 1997, escrevo e publico, com apoio do grande amigo e mecenas Fernando Nogueira, EPOPÉIA CORDELÍSTICA DO BRASIL, A História do Brasil em cordel de Cabral a FHC. Aí entro no mundo das letras de cordel, onde estréio definitivamente em 1999, com O TRABALHO DE BRENNAND, um jocoso e apimentado folheto que me fez peregrinar como folheteiro e declamador itinerante pelo Recife e região metropolitana.

Em 2007 eu volto a esses espetáculos poéticos, cênicos e musicais com TRÊS CAUSOS DE CASTRO ALVES, uma compilação de Morse Lyra de poemas do vate baiano, que eu posteriormente escrevi para este espetáculo uma narrativa em cordel, toda musicada em sete estilos musicais diferentes. Em 2008 fizemos nossas melhores performances sob direção de Samuel Santos, estivemos no palco do ARMAZÉM 14 e TEATRO APOLO através de patrocínios privados e estatais que o operante Dr. Morse Lyra Neto articulou com grande competência.

Em 2005, ajudei a fundar a UNIÃO DOS CORDELISTAS DE PERNAMBUCO, junto do qual formatamos um tipo de espetáculo similar, porém essencialmente autoral, bem mais livre, já que o caráter amador da maioria dos integrantes do grupo no seu início não nos permitia um apuro estético mais arrojado. Durante esse processo, produzi dois CDS: CORDAS E CORDÉIS(pago do bolso de sete poetas envolvidos) e CORDAS E CORDÉIS DO RECIFE( patrocinado pelo MINC, através da Gerência de Rádio da Prefeitura do Recife) no qual reunimos dez cordelistas, todos membros da UNICORDEL.

Em 2008, passei a ser colaborador da UNICORDEL sem atuar como membro efetivo da entidade, e em 2009, produzi como diretor de arte e direto musical o CD PENSE NUM MOÍDO , autoral da literatura de cordel dos parceiros Paulo Moura e Edgar Diniz, assim como, fazendo as mesmas funções, o CD NAS ASAS DA POESIA, interpretado por Morse Lyra com poemas de Manuel Bandeira, Carlos Pena Filho, Ascenso Ferreira, Castro Alves, Chico Pedrosa e Allan Sales.

Neste 2009, a Bienal Internacional do Livro me permitiu um amplo e produtivo exercício de palco com muitos vates dessa cidade. Em 2010 vou aprofundar a produção e espetáculos dessa natureza a partir do Pátio de São Pedro onde a municipalidade nos permite agora articular e desenvolver o desdobramento desse profícuo aprendizado que tive o privilégio de empreender com valorosos parceiros. As negociações estão em andamento e espero contar com o apoio das pessoas que sempre nos foram caras, generosas e proativas neste processo coletivo de construção de empreendimentos culturais em nosso querido Recife.


ALLAN SALES- Músico, poeta , compositor e produtor cultural.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

CD NAS ASAS DA POESIA

Nesta quarta-feira, dia 25/11, às 19h, estaremos lançando nosso CD NAS ASAS DA POESIA, no Restaurante Banguê , no Pátio de São Pedro.

O CD tem dez poemas de Manuel Bandeira, Carlos Pena Flho, Ascenso Ferreira, Castro Alves, Chico Pedrosa e Allan Sales Interpretados pelo ator Morse Lyra e trilha musical de Allan Sales.


ALLAN SALES

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Entrevista com a Banda Chilepe do Chinelo


Por: Cláudio Rocha / ForrozeirosPE - www.forrozeirospe.com.br


Como nasceu a banda Chilepe do Chinelo? Explique um pouco da história da banda.

A banda surgiu em uma viagem de excursão para Caldas Novas quando Eu (Rodrigo Ferro) e Romeu Gontijo conheçemos Juliano Primavera dentro do ônibus. Começou tudo de uma brincadeira de viagem onde utilizamos instrumentos para fazer aquela festa na viagem. Ao retornar da excursão a amizade entre nós continuou onde passamos a frequentar um bar de comída típica nordestina foi nesse bar que tudo começou. Tivemos a idéia de fazer um forrozinho nas noites de sexta-feira. A idéia foi muito bem aceita pelo público e hoje a banda já tem 3 anos de formação e faz a Sexta Universitária mais famosa do Estado do Tocantins.

Qual a formação da banda?

Juliano Primavera- Voz principal
Rodrigo Ferro - triângulo e percussão
Romeu Gontijo - Pandeirola
Augusto Babosa - Sanfona
Nivaldo "Bass" - Contra-Baixo
Luiz Cláudio - Zabumba
Jaidson Matos - Saxofone e Flauta
Anderson "Billy"- violão e Guitarra
Ednaldo – Bateria

A banda é um sucesso no estado do Tocantins, Como vocês se sentem diante do reconhecimento do público que vem acompanhando o seu trabalho e o crescimento da banda?

Sinceramente agente não esperava que iria ser tão bem recebido em um estado onde a cultura do forró pé de serra não era conhecida. Cada cidade que agente passa ou volta é sempre uma felicidade pois sentimos a energia positiva do público que nos dar mais força para continuar melhorando nosso trabalho. Temos orgulho de ter contribuído para levantar a bandeira do forró aqui no Estado do Tocantins e esperamos mostrar para todo Brasil que nordestinos quando se unem mesmo que seja em outra região podem fazer um forró de qualidade.

Quais foram as maiores dificuldades no começo da banda?

A nossa maior dificuldade certamente foi apresentar e agradar um estilo de música que não tinha nenhuma cultura aqui no Estado do Tocantins. Mas graças a Deus conseguimos provar que o forró pé de serra é como fogo de muturo....basta um sopro para que a chama reapareça.

Como vocês definem Luiz Gonzaga? A banda costuma cantar músicas de Luiz Gonzaga?

A definição de Luiz Gonzaga só poderia ser feita com a presença de Deus ao lado ajudando. Porque só Deus é quem pode dizer como deu o dom para Luiz Gonzaga conseguir transformar a seca e o sofrimento do sertanejo em beleza e poesia nas letras de suas músicas. Em nosso repertório é impossivel faltar músicas de Gonzaga, afinal, foi ele que nos ensinou a tocar forró.

Vocês têm influencias de outros músicos? Quais?

Sim, nossa banda por ter a maioria dos músicos nordestinos certamente nos espelhamos em grandes nomes do forró nordestino como Flávio José, Santana, Dorgival Dantas etc.

A banda tem músicas próprias?

Sim, já temos um primeiro CD lançado chamado Xote Belo que é o nome de nossa primeira música de trabalho além de outros sucesso como: Recadinho, Toca Sanfoneiro

Quais são os projetos da banda para o ano de 2010?

Já estamos em estúdio preparando nosso segundo CD "Xote Coladinho" que também é o nome de nossa atual música de trabalho e também estamos negociando a gravação do nosso DVD oficial para o segundo semestre de 2010.

Qual foi o local em que vocês se apresentaram que mais marcou? Por quê?

Certamente foi um show que fizemos no São João de 2007 na cidade de Abaíra-Ba, pois foi a primeira vez que nos apresentamos no estado da Bahia e vê a praça da cidade lotada com aproximadamente 8 mil pessoas foi emocionante.

Vocês pretendem vir a Pernambuco para divulgar o trabalho?

Pernambuco é o berço do forró e certamente temos muita vontade de levar nosso trabalho para aí e sabemos que vamos ser muito bem recebidos pois conheço Recife que é uma terra acolhedora e sou apaixonado pelo estado de Pernambuco. Estamos em negociação para o São João de Caruaru 2010, espero que possa dar certo a nossa ida pois estaríamos realizando um sonho.

Deixe seu recado para fãs e Considerações finais.

Acho que a única coisa que a única coisa que temos a dizer aos nossos fãs é um obrigado do tamanho do Brasil. Tudo que fazemos é por vocês e tudo que fazemos é com muito amor a música e ao forró. Agradecemos a todos que nos acompanham e nos apioam em todos os sentidos e quem quiser saber mais novidades e acompanhar nosso trabalho basta acessar nosso site: www.chilepedochinelo.com.br
Um forte abraço a todos e a essa equipe maravilhosa do ForrozeirosPe.com.br
Fiquem com Deus!!!


V3 Produções e Eventos
Contatos: 63 3028-1212 / 8426-5074 / 8117-0352
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www.chilepedochinelo.com.br

terça-feira, 20 de outubro de 2009

O rádio pernambucano por quem o viu crescer

O livro, de autoria do escritor Jorge José Barros de Santana, apresenta amplo panorama do rádio local, com entrevistas e depoimentos de profissionais e artistas que – como o próprio título ressalta – viram o rádio tomar corpo e conquistar a audiência em Pernambuco. Com 452 páginas, e ilustrado com imagens das décadas de 1950 e 1960, a publicação resgata não apenas a história do rádio, mas sua convivência com a televisão e o esforço para se modernizar e arrebatar novos consumidores.


Sobre o autor:

José de Santana ingressou no universo do rádio, interpretando papéis infantis nos programas locais, ao lado de outras crianças ou adolescentes à época, como Walter Mancini, Fernando Maranhão e Gino César. O jornalista pernambucano ficou até 1964 nos Associados em Pernambuco, tendo trabalhado nas Rádios Tamandaré e no Clube. É autor também de ‘A TV pernambucana por quem a viu nascer’, lançado em 2007.


Livro: O rádio pernambucano por quem o viu crescer

Autor: Jorge José Barros de Santana

Editora: Prefeitura do Recife e Fundarpe

Mais Informações sobre o livro: (081) 9975-6475 (Falar com Miguel Santos)

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

1º DVD João Lacerda - Herança do meu pai (Genival Lacerda)


O show da gravação do 1ºDVD de João Lacerda vai ficar na história do forró Pernambucano, foi um público maravilhoso na sala de reboco, para prestigiar esse grande artista.

O show foi bastante animado, no repertório tocaram músicas como: Amor querer e paixão, Lá vai o Zé, A Filha da vizinha e Quem dera, com a participação do grande Genival Lacerda (seu pai).

O DVD promete ser uma febre para o São João 2009, com um show autenticamente nordestino e com seu estilo próprio de cantar e interpretar o Forró Pé de Serra e a sua animação que contagia a nação forrozeira. O público pode conferir, enquanto não sai o DVD, um aperitivo do que aconteceu nesse maravilhoso show acessando as fotos e os vídeos em seu orkut, youtube e no seu site http://www.joaolacerda.com.br/.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Banda Mandracatu lança seu Segundo CD


A Banda Mandracatu lançou seu Segundo CD no dia 21 de junho no palco principal do Sitio da Trindade, solicitação um espaço na midia local , visando divulgar esse trabalho. Solicitamos partIcipar da página da agenda cultural meu bairro e ao mesmo tempo divulgar a Banda , Somos do Morro da Conceição , comunidade que vem se destacando na cena do Recife com sua expressão cultural.

UM POUCO DA HISTÓRIA DA BANDA MANDRACATU

“Surgindo dos morros, dos mangues, da região do nada, das cantigas, das canas queimadas, dos subúrbios das imaginações, Mandracatú !!, fantasiado de sonhos, exaltando o nordeste na arte de cantar”


A Banda Mandracatu foi fundada em 1999, por Reginaldo Moreira e Manoel Santana, que já traz em seu nome a fusão dos ritmos: Coco, Ciranda , Xote, Baião, alem disso, a banda tem o objetivo de divulgar e valorizar os ritmos da cultura pernambucana, proporcionar oportunidades profissionais para os músicos da comunidade do Morro da Conceição.

Sendo composta por nove músicos mais dois profissionais técnicos na área de produção. Nestes dez anos de existências, tem desenvolvido um trabalho voltado para comunidade onde tem participado em shows promovidos pela Fundação de Cultural da cidade do Recife nos festejos de Carnaval, São João, Reveillon, PRÉ AMP 2008, 17º Festival de Inverno de Garanhuns, Projeto Liberdade nas Ondas do Rádio, dentre outros eventos desenvolvido por secretarias do município ou estado e organizações comunitárias.

Banda Mandracatu, é fruto do celeiro cultural existente nos bairros populares e tendo sua trajetória musical iniciada na Refinaria Multicultural do Sítio da Trindade , sendo a mesma pioneira no forró da Casa de Reboco do Sitio da Trindade, fazendo alegria dos forrozeiros de plantão nestes oito(8) anos consecutivos.

Em comemoração aos seus dez anos de trajetórias a Banda Mandracatu está lançando o seu segundo CD, intitulado “ FORRÓ MANDRATU CONVIDA PRA AFINAR A CANELA” que trás músicas inéditas dos compositores Reginaldo Moreira, Manoel Santana e Juca Guedes valorizando o tradicional Forró - Pe - de Serra.

Contato através do telefone 88953245 com Reginaldo, E- mail reginaldomoreira1968@bol.com ou Mauriceasantiago@yahoo.com.br, 87666870


UM POUCO DA HISTORIA DO MORRO DA CONCEIÇÃO

O Morro da Conceição ocupa um lugar central entre as comunidades de Casa Amarela, zona norte da cidade, a maior área do Recife em densidade populacional, onde a maioria das famílias é constituída por migrantes, vindo do interior do próprio estado, devido a sua posição geográfica e ao fato de ser palco da maior festa religiosa anual da cidade, transformou-se num santuário do Recife pela existência de uma imagem (104 anos da Virgem Imaculada da Conceição), ali colocada no ano de 1904. A pesar do Morro da Conceição viver atualmente super lotado de pessoas que não recebem o suficiente para viver uma vida digna, de cada dez moradores três conseguirem concluir o 1º grau e cerca de 14% da população (aproximadamente 15 mil habitantes) ser analfabeta. Existe um desejo de reverter essa situação através da promoção da vocação cultural da comunidade que ‘e reduto de escolas de samba, de terreiros de candomblé, grupos de afoxé, maracatu rural e grupos de percussão, enfim a cultura popular como parte integrante da identidade nacional.

Além da vontade de participação dos moradores na exploração de diferentes linguagens artísticas e meios de geração e distribuição de renda, fomentando ainda a construção da cidadania e direitos.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Genival Lacerda lança seu documentário






Com duração de aproximadamente 1h10m o filme mostra ainda uma apresentação de Genival Lacerda na Orquestra Sinfônica Jovem da Paraíba.

Leia a matéria no site: http://www.forrozeirospe.com.br/



Vendas: JL Produções: (81) 8808-8888 / (81) 9258-7516








sexta-feira, 29 de maio de 2009

Muniz do Arrastapé e Arlindo dos 8 baixos

Caros leitores do Blog dos ForrozeirosPE, saiu uma matéria no nosso site oficial (http://www.forrozeirospe.com.br/) sobre os musicos Arlindo dos 8 baixos e Muniz do Acordeon que apesar da deficiência visual são grandes estrelas da múscia brasileira.

A matéria "A música como luz da Vida" foi escrita pelo Jornalista e radialista pernambucano Miguel Santos que sempre colabora com o nosso portal cultural, vale a pena conhecer um pouco mais da história desses mestres do forró pernambucano.

Boa leitura!!

Antigo layout dos ForrozeirosPE




segunda-feira, 30 de março de 2009

História do Forró

Por: Miguel Santos*



Existem duas versões sobre a origem da palavra forró. A primeira delas, talvez a mais fantasiosa, atribui o nome à deturpação da expressão for all, que significa em inglês “para todos”, e era como se denominavam os bailes populares promovidos para os operários que construíam a estrada de ferro da “Great Western”, empresa inglesa que explorava o transporte ferroviário nos Estados de Pernambuco, Alagoas e Paraíba. Mas, a grande maioria dos historiadores admite que a palavra forró é uma derivação de Forrobodó, que significa divertimento pagodeiro ou baile popular, sem formas e etiquetas definidas, que também ficou conhecido como arrasta-pé,
bate-chinela ou fobó, festas em que pontificavam os ritmos mais populares da música nordestina (baião, coco, quadrilha, xaxado, xote), sempre animado pela “pé-de-bode”, a popular sanfona de oito baixos.

Foi o sanfoneiro pernambucano Luiz Gonzaga do Nascimento (1912-1989), quem primeiro colocou o nome forró em uma música ao gravar o “Forró de Mané Vito”, em 1949. Gonzaga gravou outros forrós no mesmo estilo, como “Derramaro o Gai” e “Forró do Quelemente” e consagrou-se no gênero como parceiro de Zé Dantas, José Marcolino, Nelson Valença, Luiz Ramalho e João Silva.






Outro pioneiro na divulgação do forró no sul do pais foi o paraibano Jackson do Pandeiro (José Gomes Filho – 1919-1982), com a gravação “Forró em Limoeiro”, em 1953. Jackson gravou outros clássicos do gênero: “Sebastiana”, “A Mulher do Aníbal”, “Um a Um”, “Na Base da Chinela”, chegando a ser chamado o rei do ritmo. Também o sanfoneiro pernambucano José Domingos de Morais, o Dominguinhos, e o compositor maranhense João do Vale contribuíram para a valorização do ritmo, principalmente depois da migração de grandes camadas da população nordestina para a região sul e sudeste do País. Hoje em dia, duas cidades do Nordeste disputam, com muito entusiasmo e vibração, o título de Capitais do Forró: Caruaru, em Pernambuco, e Campina Grande, na Paraíba.




Miguel Santos é Jornalista, radialista, produtor e professor de rádio.

sábado, 31 de janeiro de 2009

Salatiel Dias lança primeiro CD


Nascido em Caruaru, a capital do forró, Salatiel Dias é considerado um dos grandes músicos do estado de Pernambuco. Quando criança, muito fascinado pela música regional, foi para o conservatório de música e em 1987 se tornou um grande profissional. Tocando com consagrados músicos brasileiros como, por exemplo, Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Marinês, Genival Lacerda, Cauby Peixoto, Moacir Franco entre outros. Filho do acordeonista Camarão, um dos grandes mestres da música, o qual foi considerado Patrimônio vivo do Estado de Pernambuco, está lançando seu primeiro CD, que homenageia seu pai.


Neste seu novo trabalho, titulado como “Estrada da Vida”, quem participa deste novo disco de Salatiel, são os músicos Dominguinhos, Genival Lacerda, Terezinha do Acordeon e Genário (ex-Trio Nordestino).

O trio de pé de serra contra o forró eletrônico


A peleja da sanfona, zabumba e triângulo, representantes da música regional autêntica, contra a vulgaridade e o frenesi histérico das 'bandas' eletrônicas


José Nêumanne


O paraibano Antônio Barros é um ídolo da música regional junina no Nordeste: compôs mais de 600 canções, muitas das quais foram sucessos absolutos de intérpretes como Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, Jackson do Pandeiro, Trio Nordestino, Três do Nordeste e Ney Matogrosso (Homem com Agá). Mas isso não evitou que protagonizasse um episódio no mínimo contraditório para um artista de sua importância: foi contratado para abrir o show cuja atração principal era a banda Cascavel, da qual ele, sua parceira e mulher Cecéu e a filha dos dois, a cantora Maíra, nunca ouviram falar. No entanto, a cidade de Aroeiras, no interior da Paraíba, estava em polvorosa com a chegada da banda e ele recebeu o cachê e instruções rigorosas para deixar o palco assim que a banda chegasse. Ao fazê-lo, testemunhou o frenesi histérico com que a atração principal da noite foi recebida por seu público. O fato marcante registrou a transição do forró de pé de serra, cultuado por ele e outros grandes artistas, como Santanna Cantador, Flávio José, Nando Cordel, Dominguinhos e outros, para o forró eletrônico, produzido no Ceará.

Capitaneadas por um empresário pra lá de bem-sucedido residente em Fortaleza, bandas com instrumentos eletrificados e nomes semelhantes, formadas por instrumentistas anônimos, todos funcionários do mesmo patrão, dominam a programação musical das emissoras de rádio e televisão e reinam absolutas nos palcos do interior do Nordeste nas festas juninas. Manoel Gurgel, o imperador do forró cearense, se dá ao luxo de propor parcerias aos grandes compositores regionais, numa tentativa de cooptá-los, da mesma forma como faz com programadores de emissoras de AM e FM em praticamente todas as cidades dos nove Estados nordestinos. Mas pelo menos nisso ele ainda não obteve êxito.

Ao contrário, os representantes da música regional junina autêntica no Nordeste começam a reagir contra a invasão do forró eletrônico. E acabam de encontrar um aliado absolutamente inesperado... na Suíça. Tudo começou em Patos, no sertão e no meio do mapa da Paraíba, cidade onde se diz que se pode fritar ovos no cimento da calçada, tão quente se faz presente o sol por lá.

Pierre Landot, herdeiro de um grupo multinacional de indústrias farmacêuticas, se instalou em sua zona rural, onde estabeleceu uma fazenda para criar bovinos, ovinos e caprinos. Com os peões instalados em sua propriedade, ele aprendeu a amar os trios de forró de pé de serra formados por sanfona, zabumba e triângulo. E os apresentou a seu amigo cineasta Bernard-Roberto Charrue, que acaba de produzir o longa metragem Paraíba, Meu Amor, cujo título foi inspirado na canção homônima de Chico César, nascido um pouco além de Patos, em Catolé do Rocha, nas proximidades de Brejo do Cruz, berço de Zé Ramalho.

O cineasta suíço registrou em imagens coloridas o inesperado encontro do acordeonista de jazz francês Richard Galliano, elevado ao panteão dos maiores instrumentistas da Europa, com o sanfoneiro pernambucano Dominguinhos, herdeiro reconhecido pelo Rei do Baião e herói do europeu. O duelo entre o jazzista e o forrozeiro se deu no palco principal do lugar onde se realiza o que se chama 'o maior São João do Mundo': o Parque do Povo, em Campina Grande.

O francês também acompanhou Chico César na canção-título e contracenou com dois sanfoneiros paraibanos, Pinto do Acordeon, que mora em João Pessoa, e Aleijadinho de Pombal, cidade que fica entre Patos e Catolé do Rocha.Concluído o preito cinematográfico ao forró autêntico, em plena temporada de resistência contra o forró eletrônico de Manoel Gurgel, o resultado foi apresentado em Karlsruhe, na Alemanha. E com tal êxito que está sendo prevista ainda este ano uma 'noite do forró', no Festival de Jazz de Montreux, na Suíça, com os protagonistas do documentário. Um dia depois de o filme ter sido lançado no Cine Bangüê, no Espaço Cultural José Lins do Rego, em João Pessoa, todos estes artistas populares se reuniram com mais 50 forrozeiros na estréia do filme no auditório da Federação das Indústrias da Paraíba (Fiep), em Campina Grande. Para lá acorreram Flávio José, apontado por Dominguinhos como seu herdeiro; o patriarca Antônio Barros com suas Cecéu e Maíra; Santanna Cantador, natural de Juazeiro de Padre Cícero e com um timbre muito semelhante ao de Gonzaga; e outros astros do forró de pé de serra, para os quais a vulgaridade do duplo sentido pornográfico das 'bandas' eletrônicas (como a Calcinha Preta) não é somente uma questão de decência, mas de sobrevivência.

O filme de Charrue não tem a qualidade do documentário de Wim Wenders sobre o resgate da música tradicional cubana graças ao espetáculo produzido pelo guitarrista americano Ry Cooder, Buena Vista Social Club. Mas pode ser que ele venha a se tornar no ponto de partida para o resgate da mesma autenticidade que o autor da trilha sonora de Paris, Texas evitou que se perdesse no Caribe, impedindo que o forró de pé de serra seja sepultado no sertão pelo comercialismo urbano das bandas de Manoel Gurgel.



José Nêumanne, jornalista e escritor, é editorialista do Jornal da TardeFonte: O Estado de São Paulo

Forró pernambucano na Europa

Os músicos Cezzinha, Dudu do Acordeon, Cylene Araújo e Valkyria Nunes já se apresentaram no continente

Por Cláudio Rocha


O forró pernambucano já é bem conhecido em Portugal, quem costuma tocar e tem presença cativa no país é a cantora e compositora Cylene Araújo, que todos os anos viaja para o país para animar os portugueses, além de realizar turnês e participar de diversos festivais, mostrando através de sua voz o melhor do forró pé-de-serra.No ano passado, o músico Dudu do Acordeon viajou para participar do festival de Gannat na França junto com o cantor Hebert Lucena, neste tempo, ele viajou para a Suécia e Inglaterra e mostrou a cultura nordestina aos gringos. Também no ano de 2008, Valkyria Nunes da Banda Maria Fulô viajou para Portugal, acompanhada de um grupo musical, onde fez participações tocando em seu acordeon. O sanfoneiro Cezzinha também se mostrou para os europeus em um grande show ao lado de Elba Ramalho.

O portal ForrozeirosPE tem orgulho desses artistas que através de algum incentivo leva o verdadeiro forró pernambucano para todo o mundo, esperamos que em 2009, o nosso forró seja mais visto e que todos os músicos possam ter essa chance.

Sociedade dos Forrozeiros lança CD de Natal


A Sociedade dos Forrozeiros Pé-de-serra E Ai lançou na ultima sexta-feira (19) o disco “Natal Sanfonado” no Marco Zero. Um show que teve a participação de todos os artistas que participaram desta coletânea. Estavam presentes na festa os músicos: Santanna, Maciel Melo, Nádia Maia, Geraldinho Lins, Roberto Cruz, Andrezza Formiga, Rogério Rangel, Irah Caldeira, Petrúcio Amorim, Território Nordestino, Cristina Amaral, Talitha Accioly e Josildo Sá, Nelsinho, Seu Januário, César Amaral, Sanfonéia e Terezinha do Acordeon.



São 17 faixas com os grandes nomes do forró pé-de-serra interpretando clássicos natalinos em ritmo de forró. Além das músicas mais conhecidas do natal, o disco mostra quatro canções do compositor Xico Bizerra. O CD já pode ser adquirido nas lojas Gramophone (Shopping Recife), Passadisco (Shopping Sítio da Trindade) e no Box Sertanejo (Mercado da Madalena). E as vendas serão revertidas para o abrigo Cristo Redentor e para a Casa da Madalena.
Por: Cláudio Rocha