segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Em dez episódio, projeto SOMdagem mistura música e turismo

O projeto, contemplado pelos recursos da Lei Aldir Blanc em Pernambuco, apresenta nomes da nova e veterana cena da música independente pernambucana apresentando os principais pontos turísticos do Estado



Reforçar a cena da música independente local, mesclando as novas e antigas gerações de artistas e levar para o mundo suas histórias através do audiovisual é uma das propostas do Degusta SOMdagem. Contemplado pelos recursos da Lei Aldir Blanc, o projeto une música e turismo, e conta com registros de artistas apresentando seu trabalho nos mais variados pontos turísticos do Estado, distribuídos em 10 episódios.

O Degusta SOMdagem abraça todos os ritmos que fazem a música pernambucana e brasileira. E, para as primeiras edições, serão contemplados gêneros como o pop romântico de Bruno Souto e Larissa Lisboa, o brega funk de Rayssa Dias, a MPB de Julio Morais e Lua Costa, a soul music de Erica Natuza, a batida afro de Lucas dos Prazeres, o cantar regional de Isadora Melo e Martins, o folk de Weré.

Cada um desses artistas apresentaram seus projetos musicais em um ponto específico da cidade. “Aqui em Pernambuco sentimos a necessidade de fortalecer e criar novas formas de divulgar a música pernambucana e Brasileira. E esse projeto vem levantar a questão da utilização dos espaços públicos como é feito na Europa, Argentina, Uruguai e apresentar a música como arte em forma de expressão e resistência”, explicou um dos idealizadores do Degusta SOMdagem e produtor musical, Maurício Guenes.

O ´projeto, que também conta com o produtor audiovisual, Lucas Reis, já está com planejamento da segunda temporada em andamento, prevendo novos gêneros e pontos importantes de Pernambuco.

Sobre O SOMdagem - É um projeto criado para levar informação e conteúdo sobre o mundo da música, e entretenimento, além de apresentar artistas e seus diversos sons. O SomDagem é música e bate-papo; é descoberta, é mercado, é profissionalização e troca de experiências. É música em todo canto e para todos.

O projeto foi idealizado pelo publicitário e produtor cultural Maurício Guenes, tendo como editores os jornalistas culturais Bruno Brito (Recife, Brasil) e Bárbara Cardoso (Paris, França), que também produzem a iniciativa.

O SomDagem iniciou sua navegação como Podcast em plataformas digitais e Magazine VIrtual pelo Instagram e site. Já produziu muito conteúdo e promoveu conversas legais com diversos profissionais da cena cultural, como o músico e compositor Felipe Barro; o multi-instrumentista Cláudio da Rabeca; a jornalista e produtora Elayne Bione; o produtor musical Iuri Freiberg; o produtor e educador musical para surdos Rás Batman; o idealizador do Mundo Bita, Chaps Melo; o produtor de brega funk Felipe Fonseca, entre outros, tendo mais de 3k players em 11 episódios nas principais plataformas de Podcast.

Agora, o projeto ganha outra proporção, abrindo mais um leque desse guarda-chuva sonoro, que é a parte de audiovisual, com a colaboração de Lucas Reis para o Degusta SOMdagem.

Felipe Muito lança música e clipe ‘Melancolia de Carnaval’


Artista compartilhou todo o processo de gravação em suas redes sociais. Material vai virar um mini-doc sobre a canção

O compositor e multi-instrumentista Felipe Muito lança, na próxima quinta-feira (4), a música e o clipe ‘Melancolia de Carnaval’. O lançamento é o resultado do projeto “da pré-produção ao clipe”, em que o artista compartilhou todo o processo de gravação nas redes sociais, e esse material estará em um vídeo documental sobre o universo musical e poético da canção, bem como sua letra.

Morador do sítio histórico de Olinda, onde é realizado o mais incrível Carnaval de rua do Brasil, Felipe compôs a delicada canção literalmente no meio da folia, seus sons, calores e fantasias. No meio da risonha, exagerada, colorida e barulhenta melancolia da maior festa do mundo. Para quem ama o Carnaval, não será fácil encarar o fato de que em 2021 não será possível fazer a festa de rua, encontrar as pessoas queridas, dançar e cantar como se não houvesse amanhã, neste momento mágico que a gente aguarda o ano inteiro.

Mas a essência da maior festa do mundo é também ser uma prova de que nossa dor não é capaz de eliminar nosso sorriso. “A minha dor só não é maior que a alegria”, diz um dos versos de ‘Melancolia de Carnaval’, que estará disponível em todas as plataformas. Já é possível fazer o pre-save da canção. O projeto ‘Melancolia de Carnaval – da pré-produção ao clipe’ foi viabilizado pelo Prêmio Conecta Arte, realizado com recursos da Lei Aldir Blanc pela prefeitura de Olinda.

Pre-save: ps.onerpm.com/3458885108

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O artista - Multi-instrumentista, Felipe Muito tem mais de duas décadas de experiência musical. Atualmente integrante do grupo Bonsucesso Samba Clube, já tocou em diversas bandas autorais, com as quais se apresentou em grandes festivais como o Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), Pré-Amp e Bienal da UNE, além de diversas apresentações no Carnaval do Recife e de Olinda.

Também atuou acompanhando cantoras e cantores, a exemplo de Isabela Moraes, Jana Figarella e Deleh Wilson. Durante 7 anos – entre 2001 e 2008 – realizou um trabalho artístico de rua, tocando em ônibus, metrô, praças e diferentes espaços públicos, sempre recitando poemas e levando mensagens de cidadania e conscientização ao cotidiano da metrópole.

Recentemente, decidiu dedicar-se seriamente ao seu próprio repertório autoral, que já soma mais de 30 canções. Lançou, em março de 2020, a música ‘Paciência, resiliência e força’, em que cantou e tocou todos os instrumentos, além de assinar a produção. E agora lança ‘Melancolia de Carnaval’.

Felipe também é jornalista, com passagens pelo portal LeiaJá e pela Agenda Cultural do Recife. Dirigiu e coapresentou, na Rádio Folha FM, o Programa Estuário, dedicado à música e cultura independentes de Pernambuco.

Zé Renato mostra o seu “O Amor em Canções”

 


Projeto contemplado pelos recursos da Lei Aldir Blanc em Pernambuco, o músico pernambucano Zé Renato Silva Filho disponibiliza em seu canal no Youtube (www.youtube.com/channel/UC3SNb2BBadr8YIhRngmp7IA/featured) o novo trabalho “O Amor em Canções”. O show é fruto do projeto “O SOM DE ZÉ RENATO”, transmitido via streaming ao vivo pela plataforma na última quarta (27), diretamente do Oráculo Estúdio com a participação de expoentes da música local. A apresentação, que ainda contou com o apoio da Universidade Católica, Fundarpe, da ADCE Produção Cultural, marcou uma trajetória de dedicação por mais de cinco décadas à música e a celebração dos 77 anos do artista que já atuou com grandes destaques do cenário nacional como a dupla “Sá e Guarabyra”.

Comandado pela produtora cultural Dora Dimenstein e o diretor musical Sandro Lins Rodrigues, Zé Renato apresentou 20 canções de seu repertório com o acompanhamento de talentosa banda composta pelos músicos Romero Medeiros (teclado), Ledo Ivo (contrabaixo acústico), Carlos Lima (bateria) e Percy Marques (arranjos e violão 7 cordas). Mas, a produção da noite também envolveu a a participação de convidados especiais entre expoentes entre os quais o cantor e compositor Rui Ribeiro, a cantora Beth Coelho e a cantora e compositora Haidée Camelo, além de marcar presença com belíssima coreografia os dançarinos Cláudio Sobral e Fabíola Monterazo.

As composições “Brilha”, “Clara” e “Frevo Chorado” estão entre as canções que ganharam vida e alguns arranjos novos do maestro Percy Marques, músico, arranjador, diretor musical e coordenador do grupo cultural MBP Unicap. Da mesma forma, a apresentação ganhou performances nostálgicas de Haidée Camelo, parceira de trabalho de longa data de Zé Renato, e salvas vigorosas de Beth Coelho, com a qual o artista teve a oportunidade de desenvolver nos últimos dois anos o projeto Tom Jobim. Confira abaixo o show na íntegra:

Hugo Martins: um apaixonado pelo Frevo

 Uma legenda do rádio pernambucano, pesquisador, estudioso de todos os gêneros musicais



Hugo Martins radialista, sonoplasta, compositor, cineasta, nasceu na cidade de Rio Tinto, na Paraíba, e veio para o Recife com 11 anos de idade. Em 1956 começou a trabalhar na Rádio Clube de Pernambuco, como operador de som. Trabalhou depois na TV Jornal, TV Globo até chegar na TV Universitária. Desde os anos de 1970 Hugo trabalha na Rádio Educativa FM , pertencentes à Universidade Federal de Pernambuco, onde produz e apresenta, há 42 anos, o programa “O Tema é Frevo”, exclusivamente divulgando o ritmo mais popular do Carnaval.

Hugo também é um colecionador de mais de mil discos, entre frevos, bandas de musica e trilhas sonoras do cinema, outras duas de suas paixões pela musica.

Hugo Martins também prestou grande contribuição ao espetáculo da Paixão de Cristo, de Nova Jerusalém, onde fez a sonoplastia.

Atualmente está apresentando o Programa "Carnaval 2021" onde recebe várias personalidades do Carnaval pernambucana de segunda a sexta das 14h às 16h na Rádio Universitária 99.9FM - Recife.

Bajado: Um artista de Olinda

 Euclides Francisco Amâncio, artista plástico, chargista, letreirista, cartazista, pintor de quadros e murais, conhecido mundialmente como Bajado, nasceu no dia 9 de dezembro de 1912, no município de Maraial, no Estado de Pernambuco.


O apelido Bajado surgiu na infância por causa de uma brincadeira, durante um jogo de bicho, seu passatempo preferido.

Bajado mudou-se para Catende, outro município pernambucano, ainda adolescente, indo trabalhar como ajudante e pintor de cartazes de filmes de faroeste, onde ficou até 1930.

Quatro anos depois, foi morar no Recife, onde arranjou um emprego como letreirista de cartazes e operador de máquina do Cine Olinda, função que exerceu até 1950.

Nas horas vagas pintava letreiros, fachadas e interiores de lojas comerciais, restaurantes e botequins, ornamentando-os com figuras ou compondo painéis e quadros.

O artista prestou uma grande homenagem ao bloco carnavalesco Donzelinhos dos Milagres que estava encerrando, para sempre, os seus festejos de carnaval, pintando na parede de sua sede os versos: "O mar que levou a praia, levou também Donzelinhos."

O gosto pela arte se manifestou quando Bajado retratou os clubes carnavalescos de Olinda, Pernambuco, Pitombeira dos Quatro Cantos, Elefante, O Homem da Meia-Noite, Cariri, Vassourinhas, assim como o frevo rasgado na Ribeira, Largo do Amparo, Varadouro, Praça do Carmo.

Em 1964, junto com alguns amigos de profissão, inaugurou o Movimento de Arte da Ribeira, em Olinda, onde passou a expor seus trabalhos.

Dentre uma mistura de cores e tintas, Bajado foi capaz de reproduzir inúmeras telas sobre a vida cotidiana, o sofrimento, as emoções e a cultura do povo pernambucano.

O artista possuía um temperamento calmo e brincalhão. Fluiu na arte, com a simplicidade de um homem humilde. Era considerado um artista primitivo, inserido no estilo da arte contemporânea. Sua tendência artística era a liberdade de estética, comum na arte moderna, e suas obras retratavam tanto os folguedos carnavalescos, como também reverenciavam políticos e personalidades ilustres da sociedade pernambucana: Agamenon Magalhães, o presidente Jânio Quadros, o general Teixeira Lott, entre outros.

Na década de 1970, um turista italiano, Giuseppe Baccaro, ao ver as suas pinturas e quadros a óleo expostos nas residências e estabelecimentos comerciais de Olinda, ficou impressionado diante do primitivismo artístico do pintor que assinava da seguinte maneira as suas obras: "Bajado um artista de Olinda". Contactando-o, lançou-se como divulgador e administrador dos seus trabalhos.
Em decorrência disso, alguns meses depois, começaram a aparecer as suas primeiras exposições e mostras no Recife, na Casa da Cultura, na Fundação Joaquim Nabuco, na Caixa Econômica Federal, no Lions Club, no Cabanga Iate Clube.

Novas oportunidades continuaram a surgir, desta vez para o artista expor em outras capitais brasileiras como o Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre e Vitória. Do exterior, Bajado recebeu vários convites para ir apresentar as suas obras. Neste sentido, iniciou pela França uma maratona artística, passando pela Itália, Espanha, Holanda e Tchecoslováquia, atual República Tcheca.

Em 1994, no limiar dos 80 anos, Bajado foi homenageado com uma mostra internacional na sede da Unesco, em Paris, com a participação de diversos artistas internacionais.

Contido, apesar da sua fama e do seu talento artístico, ele sempre viveu humildemente. Tinha como o maior prazer da vida a expressão da sua arte primitiva, a alegria do seu povo.


Bajado passou seus últimos dias assistindo filmes antigos na televisão e recordando as peripécias da sua mocidade. O artista plástico, faleceu em 1996, aos 84 anos de idade, em sua residência localizada na Rua do Amparo, nº 186, Olinda, imóvel este que lhe foi doado por Baccaro, o seu marchand italiano.

Regina Coeli Vieira Machado
Servidora da Fundação Joaquim Nabuco
pesquisaescolar@fundaj.gov.br