quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Ubuntu: proteção e paz para o Carnaval 2023


 Um carnaval de alegrias, de encontros, de diversão e de paz. A cerimônia do Ubuntu acontecerá pela quarta vez, no Passeio Rio Branco, no Bairro do Recife, e faz parte da agenda oficial do Carnaval realizada pela Prefeitura do Recife. Entre as novidades, pela primeira vez haverá um ensaio geral dos afoxés que integram a cerimônia no Pátio de São Pedro amanhã (sexta-feira, 10 de fevereiro). A cerimônia em si acontecerá na quinta-feira da semana pré (16) e reunirá 26 afoxés que, juntos, evocam a proteção dos Orixás num convite que se estende aos brincantes. Uma preparação que começa às 6h com a preparação das ervas e culmina com a concentração dos afoxés e lavagem no Passeio Rio Branco em uma celebração compartilhada por todos.  

No ensaio de amanhã (10), a partir das 17h, o Pátio de São Pedro acolherá os 26 afoxés que farão parte da cerimônia de purificação para transmissão de boas energias e bons fluidos para o Carnaval de 2023. Na ocasião, as agremiações irão entoar, juntas, cânticos para os Orixás, bem como as tradicionais canções que embalam os afoxés com toda a sua beleza.

Ubuntu - Simbolicamente a Rio Branco é lavada com um banho de ervas conhecido por Amaci/Omieró. A cerimônia começa às 6h do dia 16 de fevereiro, com a preparação do Amaci, ervas preparadas pelas ialorixás e pelos babalorixás dos 26 afoxés que conduzem, de maneira compartilhada, todo o rito. A preparação conjunta acontece no Núcleo Afro, que fica no Pátrio de São Pedro. Às 15h, os Afoxés se reúnem para saírem, em conjunto, pela Avenida Rio Branco, em cortejo rumo ao Marco Zero, a partir das 16h30, fazendo a lavagem, pedindo proteção e distribuindo bênçãos.

O afoxé é o candomblé de rua e o ijexá são os tambores e os toques específicos direcionados a cada Orixá. O Ubuntu reúne todas essas nações no cair do sol, num espetáculo cheio de ritmos, cores e tradição. Um convite para a celebração à vida e que se estende com outra grande apresentação, o Tumaraca que acontece no palco do Marco Zero.

Pátio de São Pedro também terá encontro de Afoxés no Domingo (12) - As agremiações que representam o Candomblé na rua irão se reunir no Pátio de São Pedro, nos dias 10 e 12 de fevereiro. No dia 10 acontece o ensaio para o Ubuntu. , cerimônia que abençoa o Carnaval e que acontece no dia 16 de fevereiro, quinta da semana pré. No dia 12, acontece a primeira etapa do Encontro de Afoxés com 13 agremiações, no Pátio de São Pedro. A tradicional reunião de Afoxés ocorre tradicionalmente no Pátio do Terço – epicentro da liturgia da ancestralidade negra do Carnaval e onde ocorrem também a Noite dos Tambores Silenciosos e o encontro dos Blocos de Samba-reggae - no domingo de Carnaval, que, este ano, cai no dia 19 de fevereiro.

  

Serviço:

Ubuntu – Ensaio Geral – 26 afoxés

Data – 10 de fevereiro (sexta-feira)

Local – Pátio de São Pedro,

Horário – 19h

Alafin Oyó, Povo De Ogunté, Ogbon Obá, Yami Balé Gilê, Obá Iroko, Omo Inã, Ara Omim, Baba Orixalá Funfun, Afefe Lagbará, Omolu Pakeru Awo, Filhos De Ayrá, Omo Lufan, Okulê Byí, Ara Odé, Ylê Egbá, Oxum Pandá, Filhos De Xangô, Filhos De Dandalunda, Omim Sabá, Ylê Xambá, Oya Alaxé, Omo Nile Ogunjá, Oxum Jagurá, Elegbará, Omo Obá Dê, Povo dos Ventos

 

Encontro de Afoxés – 1ª Parte – 13 Afoxés

Data – 12 de Fevereiro (domingo)

Horário – 17h

 

Alafin Oyó, Povo De Ogunté, Ogbon Obá, Yami Balé Gilê, Obá Iroko, Omo Inã, Ara Omim, Baba Orixalá Funfun, Afefe Lagbará, Omolu Pakeru Awo,Filhos De Ayrá, Omo Lufan, Okulê Byí

 

Ubuntu – Lavagem do Passeio Rio Branco – 26 Afoxés

Quando: quinta-feira (16)

Amaci - Preparo das Ervas - Pátio de São Pedro - 6h

Onde: Passeio Rio Branco (Bairro do Recife)

Concentração dos afoxés: 15h

Saída do cortejo e lavagem da Rio Branco: 16h30

Ara Odé; Alafin Oyó; Ylê Egbá; Oxum Pandá; Filhos De Xangô; Povo De Ogunté; Filhos De Dandalunda; Omi Sabá; Omo Nile Ogunjá; Oya Alaxé; Ylê Xambá; Oxum Jagurá; Elegbará; Omo Obá Dê; Povo Dos Ventos; Ogbon Obá; Yami Balé Gilê; Obá Iroko; Omo Inã; Ara Omim; Baba Orixalá Funfun; Afefe Lagbará; Omolu Pakeru; Awo; Filhos De Ayrá; Omo Lufan; Okulê Byí

 

Encontro de Afoxés – 2ª Parte – 13 Afoxés

Data – 19 de Fevereiro (domingo)

Local – Pátio do Terço

Horário – 17h

Ara Odé, Ylê Egbá, Oxum Pandá, Filhos De Xangô, Filhos De Dandalunda, Omim Sabá, Ylê Xambá, Oya Alaxé, Omo Nile Ogunjá, Oxum Jagurá, Elegbará, Omo Obá Dê, Povo Dos Ventos.

Carnaval na pauta de trabalho da Prefeitura do Recife

A Prefeitura do Recife está agilizando providencias para que tudo funcione a contento nos 44 pólos de animação espalhados pela cidade durante os festejos carnavalescos. Cerca de duas mil e 800 apresentações entre artistas e grupos fazem parte da programação elaborada pela municipalidade recifense.

Sob orientação do Prefeito João Campos, cerca de 6 mil e 600 profissionais, entre servidores e terceirizados, nas áreas da saúde, cidadania, turismo e transporte vão estar em atividade no período que antecede e durante os festejos para que os foliões possam usufruir de um Carnaval muito animado e seguro.

Galo Ancestral empodera e legitima berço do Carnaval recifense


Um galo majestoso que flerta com o futuro, ao mesmo tempo que reverencia suas origens carnavalescas e traz a representatividade da etnia brasileira e, sobretudo, da população negra, do nascimento dos brinquedos populares e do frevo. Estas são algumas das inspirações que o artista plástico, designer e consultor pernambucano Leopoldo Nóbrega bebeu para criar o "Galo Ancestral", alegoria que irá reinar absoluto na Ponte Duarte Coelho durante o Carnaval 2023. A aposição da obra de arte gigante na ponte matará as saudades dos brincantes e encerrará o hiato de dois anos de suspensão da folia devido às causas sanitárias.

Para o secretário de Cultura do Recife, Ricardo Mello, o encontro com o Galo Ancestral reverencia a cultura popular basilar  inerente ao ciclo momesco recifense. “Quando falamos em uma volta ‘com todos os Carnavais’, estamos atentos à diversidade, à pluralidade única desse ciclo cultural, no Recife, mas também às referências temporais, das várias épocas, encontrando assim as origens da folia. Isso nos remete à necessária reverência feita à cultura popular, ao surgimento de tudo, a quem está na base de um Carnaval singular, construído pela alegria e pela resistência das nossas manifestações originais, que norteiam e inspiram a Cidade da Música e da Cultura Patrimônio, o Recife, a ser o que ele é. Essa foi a fonte conceitual, traduzida claramente nas homenagens a Zenaide Bezerra e Dona Marivalda, mulheres negras que dedicaram a vida a um ofício apaixonado, no qual estão desde sempre. O frevo e o maracatu são, para elas, muito mais do que expressões culturais ou festa, são afirmações de luta, história, resistência e identidade, com a marca da paixão pela arte, a dança, a música, além de reconhecimento à ancestralidade. Assim nos encontramos com o Galo Ancestral”, pontua Mello.

Leopoldo Nóbrega, que assina a escultura, ressalta o empoderamento social presente na obra de arte. “Em reconhecimento à História e toda riqueza do legado afrodescendente para a formação multiétnica nacional, evocamos a nossa ancestralidade africana e brindamos um novo tempo colorido, de paz, igualdade, inclusão e valorização das diferenças como potência cultural e estímulo ao fortalecimento das identidades através do empoderamento social, das narrativas humanistas e práticas sustentáveis presentes na escultura gigante do Galo da Madrugada”.

Ao todo, serão mais de 7 toneladas de insumos utilizados, incluindo - além da estrutura de ferro - todos os revestimentos que sintonizam as tendências de moda e arte da obra. Toda a estrutura da alegoria é feita sob medida para ser encaixada no guindaste de 70 toneladas que garante a estabilidade do Galo na ponte. São cerca de 20h de trabalho na Ponte Duarte Coelho, que deve ser iniciado na noite do dia 16 de fevereiro. Quando pronto e montado, a alegoria chegará a 28 metros de altura. A obra de arte também traz traços cubistas e angulosos inspirados em Picasso que, por sua vez, também se inspirou na arte africana no início do século passado, e terá 90% de materiais e resíduos recicláveis.

Assim como suas duas últimas edições, também assinadas por Leopoldo Nóbrega e a designer e arquiteta Germana Xavier, a sustentabilidade e upcycling são fundamentais no processo de confecção da obra de arte gigante. A indumentária vem de descartes de tecidos como malhas e jeans coletados em cidades como Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe e também de revestimentos de pisos em eventos. “A gente vem com um galo pós-moderno, inclusivo e que dialoga com a redução de impactos ambientais”, ressalta Nóbrega, que manteve a co-criação da escultura gigante em parceria com mulheres artesãs de comunidades periféricas, como Bomba do Hemetério, Morro da Conceição, Santo Amaro e Ponto de Parada. É pelas mãos delas que a indumentária do Gigante da Ponte ganha vida. A formação das artesãs é fruto de metodologias próprias para Eco Arte Educação, idealizada pela Professora e Artista Plástica Maria do Carmo da Silveira Xavier, e vem acontecendo em oficinas permanentes através dos Núcleos Produtivos voluntários e solidários Arte Plenna, a exemplo do projeto Sonhar e Bordar, em parceria com a Artesã e Ativista Ester Bispo.  

Pela primeira vez, o Galo reverencia pretos e pardos, pilares da cultura carnavalesca e do surgimento dos brinquedos populares tão caros à população, como o próprio frevo. É pelas mentes e mãos da classe trabalhadora que surgiram todas as manifestações que permeiam o ciclo momesco. Maracatus são ligados às casas de santo, Caboclinhos idem, com suas reverências e referências afro-ameríndias, assim como os Ursos. Sejam Escolas de Samba, ou Afoxés, as ligações com a cultura de matriz religiosa africana e indígena corre e pulsa nas veias dos brincantes e suas manifestações únicas no Recife. Pois são justamente as manifestações populares que fazem da festa no Recife um Carnaval único, inclusivo, plural e popular.

A indumentária do Galo bebe na fonte de padronagens e paletas de cores africanas e Pernambucanas (ou AfroPernambucanas) e traz tons quentes, como as tonalidades presentes na bandeira de Pernambuco. “Teremos também tons flúor e metálicos. O Manto Sagrado do Galo terá uma cartela de cores vibrantes, com influências afropunk.  A roupa será um caleidoscópio em Patchwork de inspirações étnicas”, antecipa Leopoldo Nóbrega.  As pontas das asas serão douradas, em franca reverência a Oxum, deidade das águas, que também é reverenciada na cidade, cuja padroeira vem a ser Nossa Senhora do Carmo, em franco sincretismo com a ancestralidade negra. No pescoço, mais dourado, desta vez com um colar no estilo gargantilha africana. A cauda, por sua vez, traz todas as cores da paleta do arco-íris para rememorar que o Carnaval é, sim, de todos, todas e todes. Mosaicos de espelhos tecnológicos serão confeccionados com descartes de DVDs, iluminando a importância do consumo consciente e compondo a indumentária, reforçando o sagrado que reflete e transmuta as energias, presentes na gola e partes do figurino do gigante.

Na roupa, Leopoldo também mascarou alguns símbolos sagrados da folia. A exuberância de cores e texturas esconderá verdadeiros talismãs,  simbologias que fazem referência ao Frevo e Maracatus, como coroas, escudos e sombrinhas de frevo, que farão as vezes de proteção. A cabeça do Galo Ancestral será um espetáculo à parte. Pinturas africanas em cor branca irão adornar o rosto do Gigante, cuja crista passa a adotar dreadlocks, embelezados com fitas de múltiplas cores. Sua majestade, o Galo Ancestral, promete reinar na Ponte Duarte Coelho a partir da sexta-feira que antecede o Sábado de Zé Pereira, dia 17 de fevereiro.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Grupo Cabras de Lampião leva o Xaxado para a Escola de Samba de São Paulo

 


O Xaxado vai tomar conta do Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, no próximo dia 18. A Escola Mancha Verde, atual campeã do carnaval paulistano, traz para a passarela do samba o enredo: “Oxente – Sou xaxado, sou Nordeste, sou Brasil”. E, Serra Talhada, sertão do Pajeú, vai estar presente através do grupo de Xaxado Cabras de Lampião.

Integrantes do Cabras de Lampião estão ensaiando a todo vapor para mostrar que também têm samba no pé, e que o enredo da Escola já está na ponta da língua dos participantes. Durante o desfile, o grupo estará em um carro alegórico projetando para o mundo a história e a tradição cultural do Nordeste, com recorte para Serra Talhada, capital do Xaxado e terra do famoso cangaceiro Lampião.

A presidente da Fundação Cabras de Lampião, Cleonice Maria, comemora a participação do grupo. “ É um momento apoteótico para nosso trabalho, pois não se trata de um trabalho inventado agora, é uma longa estrada que continuamos percorrendo e mantendo acesa a chama da cultura nordestina. Ela explica ainda que a originalidade e a autenticidade dos Cabras de Lampião vão se misturar com as alegorias e criatividade da Mancha Verde, resultando num mega-espetáculo encantador”.

Grupo Cabras de Lampião - O Grupo de Xaxado Cabras de Lampião foi fundado em 1995 para manter viva a história de Lampião, tendo como ponto de partida o xaxado e tornou-se um dos maiores divulgadores desta dança criada pelos bandoleiros do sertão. É uma trupe de artistas sertanejos - exatamente da cidade onde nasceu Virgolino Ferreira da Silva - o Lampião.

O Grupo de Xaxado Cabras de Lampião trouxe os cangaceiros para frente das luzes e o Cangaço se transformou num show de arte, com uma nova e revolucionária imagem do Rei do Cangaço. É um grupo que conduz o espectador a um mergulho no mundo mágico e místico do sertão. O Cabras de Lampião já se apresentou em todas as regiões do Brasil e no exterior, em festivais nacionais e internacionais.

O grupo tem escola de xaxado, mantém o Museu do Cangaço e o Sítio Passagem das Pedras - onde nasceu Lampião. Também realiza espetáculos de dança e eventos de caráter artístico e cultural. Ainda desenvolve um trabalho de inclusão social, através da cultura, com aulas de dança para mais de 100 crianças e adolescentes.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

Gilú Amaral lança “Mourisca”, single de seu novo trabalho solo

Percussionista pernambucano apresenta a música em show no dia 9 de fevereiro, no Casbah, em Olinda. O disco “O Sopro e a Percussão” chega ao público em março   

Um dos músicos mais experientes e inventivos da atual cena pernambucana volta a brilhar em um trabalho autoral. Aos 38 anos, e com pouco mais de 26 de carreira, Gilú Amaral lança neste começo de ano seu novo disco, batizado de “O Sopro e a Percussão”. Antes, porém, o artista se dedica ao lançamento do single "Mourisca”, que chega no dia 9 de fevereiro a todas as plataformas digitais e com show no Casbah, em Olinda, a partir das 20h. A ocasião também contará com uma jam session de percussão conduzida por Guilherme Peluci. Entre outras conquistas, o percussionista é o fundador da Orquestra Contemporânea de Olinda e participou de diversas bandas, como a Academia da Berlinda.  

O novo álbum dá seu recado já a partir do título: “O Sopro e a Percussão” veio ao mundo, segundo Gilú Amaral, para enfatizar a força da percussão e a potência dos metais dentro da música que é feita em Pernambuco. São sete faixas, gravadas, mixadas e masterizadas entre 2017 e 2021, no Estúdio Carranca. Nelas, o artista lançou um desafio à equipe envolvida, num time de músicos tarimbados liderado por Henrique Albino, mas que conta também com Parrô Melo, Ivan do Espírito Santo, Nilsinho Amarante e Alexandre Rodrigues (Copinha), Alex Santana e Jonatas Gomes, entre outros. “Me sinto muito experiente, à vontade em ter feito esta provocação de as composições começarem a partir da percussão, para só depois convidar os arranjadores para colocar em cima da peça percussiva os seus arranjos de metais”, comenta ele. O mais comum é a lógica ser inversa, já existindo uma melodia para depois ser acrescentada a parte rítmica.  
 
Embora seja um disco brasileiro, o ouvinte mais atento logo percebe que “O Sopro e a Percussão” possui também uma relação muito estreita com a música mundial. “As raízes desta árvore se batem lá no subsolo, se entrelaçam em algum momento. Mostra como vejo isto e como influencia em minha música atual. Remete ao regional, mas ao mesmo tempo com uma pegada jazzística, com muita inteligência das coisas que vi no mundo. Também tem fortes influências de Moacir Santos, do Hermeto [Pascoal], de Naná Vasconcelos, Letieres Leite, que me inspiraram a fazer este disco”, observa Gilú.  
 
Seguindo um caminho diferente do primeiro disco solo “Pejí” (2018), o álbum lançado agora é todo instrumental. Cada música tem um espírito, uma energia diferente. É recheado de sonoridades distintas, vários tipos de percussão, como a mimbira, a zabumba, a alfaia, o pandeiro, o ilú, a ngoma, o caixa, o ganzá, o baji, o berimbau. “A gente tem em Pernambuco muitos ritmos percussivos, como o maracatu, o coco e a ciranda, num estado com uma diversidade cultural muito grande, e temos o frevo, que é um dos nossos principais ritmos. Continuamos enfatizando estas duas grandes escolas, mas crio peças percussivas explorando ritmos originários e também fazendo releituras de ritmos do mundo afora, mesclando, trazendo minha bagagem como músico profissional, tendo passado por tantas bandas”, compara.   

Trajetória  
Um dos principais projetos da carreira de Gilú Amaral foi o espetáculo solo “Percursos”, de 2015, e que o levou a fazer turnês nos Estados Unidos e na Europa, duas vezes. O artista também participou de festivais e tocou em casas de shows importantes, como a Casa da Música, em Porto (Portugal). “Desde criança, quando comecei a subir ao palco, toco do mesmo jeito, imerso em cena, encarando o público com a mesma entrega”, explica ele, que aos 12 anos ganhou os primeiros cachês e, aos 19, se lançou no mercado internacional.  Até hoje, Gilú já esteve presente na gravação de mais de 200 discos e turnês, a exemplo de Naná Vasconcelos, além de Ave Sangria, Renata Rosa, Banda de Pau e Corda e Bonsucesso Samba Clube.   
 
A Orquestra Contemporânea de Olinda, da qual é um dos fundadores, também lhe abriu muitas portas, com indicação ao Grammy e por ter sido escolhido entre os 10 Melhores Concertos do Brasil, em ranking do jornal O Globo. Gilú também é produtor musical, compositor de trilhas sonoras para filmes e espetáculos de dança, além de curador do Festival Aurora Instrumental. “Sou um cara que pensa a música de forma ampla, tenho um festival como o Aurora Instrumental, que em sua edição mais recente, no final do ano passado, por exemplo, fez uma edição inteira dedicada às mulheres e que busca encarar a arte pelo viés da transformação social, em como isto chega na sociedade”, pontua. Outra parceria importante na trajetória do artista foi com o DJ Rimas.INC (Clécio Rimas), mesclando instrumentos percussivos com as batidas eletrônicas.