sábado, 15 de maio de 2021

Filme que fala sobre a ausência do Carnaval, “Ladeira do Delírio” está disponível no YouTube

 Artistas pernambucanos produzem curta-metragem que mescla diferentes linguagens como dança, performance, atuação em obra experimental

 O ano de 2021 foi o primeiro em décadas a não ter Carnaval. Além de ter extrema relevância turística e econômica, culturalmente, as Folias de Momo são também o momento de suspensão do cotidiano, da loucura permitida numa espécie de catarse coletiva, quando as pessoas vão às ruas se encontrar, rir e, por vezes, esquecer das tragédias do dia-a-dia. Mas para onde foram todos esses sentimentos já que a festa não foi realizada? Como se deu vazão a tudo isso já que a maior parte das pessoas estava em isolamento? Esse foi a mola propulsora para um grupo de artistas pernambucanos criarem “Ladeiras do Delírio”, curta-metragem contemplado pelos recursos da Lei Aldir Blanc em Pernambuco, que está disponível gratuitamente no YouTube.

“A gente se juntou com a proposta de falar sobre a não-realização do Carnaval, algo que a gente é apaixonado, e transformar essa falta, esse vazio, em poesia. Mas com as gravações virou outra coisa, eu acho, muito mais ampla”, afirma Cyro Morais, que assina a direção do trabalho e também a divulgação das redes sociais.

Tiago Lima, que além da direção de fotografia é responsável pela montagem e design de som, afirma que Ladeiras não segue uma narrativa linear e mistura diferentes linguagens. “A gente pegou alguns elementos do que é o Carnaval, de como ele reverbera nas nossas subjetividades enquanto artistas e foliões e conseguimos fazer um filme que integra diferentes plataformas de expressão artística: a dança, a performance, a atuação, a música e o audiovisual. Todas essas coisas se mesclam dentro de um caldeirão, que é o audiovisual, num filme que eu consideraria experimental”.

A maior parte da equipe assumiu mais de uma função, por se tratar de um orçamento extremamente reduzido. Fazem parte dela: Cyro Morais, direção e produção de conteúdo para as redes, Tiago Lima, na direção de fotografia, montagem, design de som e arte gráfica, Inaê Silva, atuação e produção, Filipe Sampaio, iluminação e atuação, Mariana Dubeux, atuação, Babi Jácome, figurino, e Dandara Luz, maquiagem e caracrerização. O trabalho conta ainda com trilha sonora do grupo Pachka, composto por Miguel Mendes e TomBC, com os músicos convidados Surama Ramos e Henrique Albino.

Waldonys: cantor e sanfoneiro de muito talento

 


Waldonys José Torres de Menezes tem profissão diferenciada, apesar de ter enveredado pelo caminho da musica. Ele é paraquedista e piloto acrobático. Nascido em Fortaleza, capital do Ceará, em 14 de setembro de 1972, foi o seu pai que o incentivou para a carreira artistica. Ele era acodeonista amador e começou a dar aulas para Waldonys quando ele tinha apenas 11 anos. Posteriormente, estudou num conservatório musical. Nessa época ele conheceu Dominguinhos, que o apresentou a Luiz Gonzaga. 

 Notando que o garoto tinha talento e puxava muito bem o fóle da sanfona, levou-o para São Paulo e aos 15 anos  participou da gravação da musica “Fruta Madura”,  do LP “Ai tem”. Aos 16 anos foi convidado a participar de uma turnê aos Estados Unidos, por um período de 4 meses. Agradou tanto que acabou ficando por lá 8 meses, tocando em teatros lotados, em metrópoles como por exemplo Las Vegas.

Participou do “Projeto Asa Branca”, criado por Dominguinhos, em companhia de Renato Borghetti, Oswaldinho, Sivuca, Gilberto Gil, Tânia Alves, entre outros. Tornou-se conhecido entre os maiores acordeonistas do Brasil.  Trabalhou com Fagner, participando de turnê, onde também viajou pelo Brasil e Exterior. Na volta, a bagagem cheia de experiência, gravou em 1992 seu primeiro LP, em homenagem a Luiz Gonzaga, intitulado “Viva Gonzagão”.

Começou daí sua carreira solo. Cantando e tocando Waldonys foi se tornando conhecido pelo público e pela crítica. Gravou outro álbum  “Veleiros”.  Fez uma excursão com a cantora Marisa Monte, além de ter gravado um LP com ela. Horizontes ampliados, Waldonys sentiu necessidade de retomar sua carreira solo, e daí vieram vários discos.

Participou de mídias nacionais como “Programa Som Brasil” (em que esteve por 4 vezes), “Domingão do Faustão”, “Programa Jô Soares”, “Viola minha viola”, “Altas Horas”, entre muitos outros..

A gravação do primeiro DVD de Waldonys foi feita em comemoração aos 20 anos de carreira, gravado ao vivo no Teatro José de Alencar, em Fortaleza-CE, com as participações de Tânia Alves, Renato Borghetti e Fausto Nilo.

E aí está Waldonys, um cearense que aproveitou bem  as oportunidades e ganhou popularidade na musica nordestina e brasileira.