Francisco Amâncio da Silva, nascido no Recife no dia 14 de outubro de 1974, já tocava zabumba, aos 5 anos de idade. Quando criança convivia com as manifestações culturais que “passavam” na rua onde morava: reisados, caboclinhos, maracatus, repentistas e forrozeiros como o proprio pai, José Amâncio da Silva, conhecido como Zé Amâncio do Coco.
Maestro Forró aprendeu a gostar de música com o pai que por sua vez aprendeu a tocar coco de roda com a mãe, se inspirou também no seu irmão Givanildo Amâncio que toca tuba, trompete e fagote. Foi por causa de seu irmão que ele se apaixonou pelo trompete. O apelido veio da época em que ainda muito jovem demonstrava ter muito conhecimento sobre músicas de forró fruto da convivência com seu pai.
No início dos anos 1990 foi convidado a encenar como ator de teatro, fato que foi fundamental para fortalecer sua experiência com a música e a dança já que, segundo o próprio Maestro trabalhar com ótimos atores e diretores melhorou sua “performance”. A experiência com o teatro, porém, durou pouco tempo. A partir de meados do mesmo ano passou a dar aulas de música e a viajar pela Europa. Atuou como arranjador e diretor musical em vários grupos, mesclando estilos e ritmos. Seu trabalho ganhou projeção quando passou a fazer turnês nacionais e internacionais com o Maracatu Nação Pernambuco. Com o grupo esteve na Europa, China e Estados Unidos.
O artista que aprofundou os seus conhecimentos musicais na Universidade Federal da Paraíba, pretendia desmistificar a figura do maestro que usa fraque e mantém certa distância do público e até mesmo dos próprios músicos, no entanto, reconhece que faz parte da cultura deste meio artístico.
Sentindo a necessidade de transformar misturas rítmicas em som, abriu sua casa para os ensaios em 2002, foi quando surgiu a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério. Esse grupo começou a trabalhar com o Maestro Forró continuando o trabalho que ele começou na Europa de pesquisa, releitura e interação dos ritmos relacionando as novas expressões culturais com as questões de cidadania. Em menos de um ano, de forma independente, conseguiram lançar dois CDS e um DVD.
A “performance” cheia de gestos e pulos com que Maestro Forró rege a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério fez com que o músico ganhasse notoriedade, se destacando sobretudo na época do carnaval.
Em 2012, cerca de 41 artistas brasileiros receberam a Medalha da Ordem do Mérito Cultural no Palácio do Planalto em Brasília, entre eles estava também o Maestro Forró, que recebeu a Medalha das mãos da então Presidente do Brasil Dilma Rousseff. Em 2018 foi agraciado a maior comenda da Câmara do Recife - a Medalha do Mérito José Mariano, em reconhecimento à sua inegável contribuição para a arte e cultura não apenas da cidade do Recife como de todo o Estado de Pernambuco e do Brasil, por unir o erudito ao popular e dar maior expressividade às apresentações com suas performances criativas e inusitadas.
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