sábado, 8 de maio de 2021

Zé Ramalho fez do cordel a base de sua brilhante carreira


José Ramalho Neto é seu nome de batismo, nascido no dia 3 de outubro de 1949 na cidade de Brejo da Cruz, no sertão da Paraíba a 380 quilômetros da capital, João Pessoa. Filho de um seresteiro – Antônio de Pádua Pordeus Ramalho, ele tinha dois anos de idade quando seu pai morreu afogado numa represa da região e ele foi criado por um avô. Essa relação com esse avô deu origem, mais tarde, à canção "Avôhai!". Zé Ramalho passou a maior parte de sua infância em Campina Grande. Depois foi morar em João Pessoa. Sua primeira relação com a música foi influenciada pelo movimento da época: a Jovem Guarda. Mas, antes de compor, ele gostava de fazer versos de cordel. 

        

Em 1974, Zé Ramalho tocou na trilha sonora do filme “Nordeste: Cordel, Repente e Canção”, de Tânia Quaresma. Na época, passou a misturar as suas influências: de Rock "n Roll a forró. Um ano depois, gravou seu primeiro álbum, “Paêbirú”, com Lula Côrtes,  na gravadora pernambucana “Mocambo”.           

Em 1976 mudou-se para o Rio de Janeiro. Seu primeiro álbum solo foi gravado um ano depois. Gravou vários discos homenageando artistas influentes em sua carreira: Beatles, Bob Dylan, Luiz Gonzaga, Raul Seixas, Jackon do Pandeiro, Fagner.  Teve um relacionamento amoroso com a cantora Amelinha, com a qual teve um filho.            

 Em 1980 mudou-se para Fortaleza, onde escreveu o livro “Carne de Pescoço”. Depois de se separar de Amelinha passou dois anos tocando e cantando nos Estados Unidos (1990-1991).             

Analisando sua discografia, pode-se dizer que Zé Ramalho gravou um disco a cada ano. Em 1996 ele lançou o álbum ao vivo “O Grande Encontro”, ao lado de Elba Ramalho, Alceu Valença e Geraldo Azevedo. O sucesso do disco e do show foi tão grande que ele gravou uma nova versão em 1997 desta vez sem Alceu Valença. O álbum vendeu mais de 300 mil cópias recebendo os certificados Ouro e Platina.              

Aos 20 anos de carreira, Zé Ramalho foi personagem do livro “Zé Ramalho – um visionário do século XX”, da escritora Luciane Alves.

Antes do fim do milênio, um outro sucesso “Admirável Gado Novo” (primeiramente lançado no álbum “A Peleja do Diabo com o Dono do Céu”) foi usado como tema do líder sem terra Regino, personagem emblemático de Jackson Antunes na novela “O Rei do Gado”, da Rede Globo.

Ele também lançou o álbum “Eu Sou Todos Nós”, seguido do “Nação Nordestina”, sendo que nesse último a música nordestina foi novamente explorada. O álbum foi indicado para o “Latin GRAMMY Award” de Melhor álbum de Música Regional ou de Origem Brasileira. 

Tocou ao lado da banda de metal ‘Sepultura’  no palco Sunset do Rock in Rio 2013, no espetáculo que foi chamado de "Zépultura".  O show foi bastante elogiado pela crítica, demonstrando a versatilidade e o enorme talento do artista nordestino.  

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