Produzido por Rogério Samico, mixado e masterizado por Bruno Giogi, o material de quatro faixas é fruto de intensa pesquisa musical conduzida ao longo dos 18 anos de carreira de Nelson Brederode. Natural de Igarassu, litoral de Pernambuco, o cavaquinista tem trabalho não apenas com nomes consagrados do samba – como Jorge Riba, Monarco e Tantinho da Mangueira -, mas também com artistas de forró (Mestre Camarão, Edmílson do Pifano, Josildo Sá), frevo (Bloco da Saudade), samba rock e MPB (Madeira Delay) e com o experimentalismo da Rua do Absurdo. A produção do disco conta com os recursos da Lei Aldir Blanc em Pernambco.

O trabalho de quase uma década com a Rua, em que explora compassos compostos, texturas, polirritmias e uso de pedais de efeito (como wah wahchorusdelays e flanger), tem influência decisiva no som da Charada Sincopada. “Na busca por encontrar meu próprio som, descobri um amálgama das várias experiências minhas com os diversos grupos e artistas com os quais toquei e estudei. Somado a isso, houve o estímulo por tirar sons diferentes do cavaquinho, apreendido principalmente nas obras com a Rua”, sintetiza Nelson.

Além de Samico (que assina produção musical, guitarra, baixo e teclado das canções), o EP ainda conta com participação de Marina Silva (contrabaixo), George Rocha (percussão) e os bateristas Ricardo Fraga, Bruno Tenório e Hugo Medeiros. Junto a Nelson – que toca viola machete, além do cavaquinho -, o desafio dos músicos foi criar unidade nas músicas enquanto as fazem passear pela extensão de tantos gêneros distintos.

“Na música brasileira, o cavaquinho costuma ser ligado à tradição. Mas é uma tradição que é disruptiva em sua origem. Desde a chegada ao país, ele esteve presente em gêneros genuinamente brasileiros. Portanto, se colocou também em um lugar de vanguarda”, acrescenta.

Além do álbum, Nelson lança  o videoclipe da música “O Tesouro do Gato”. Gravado em Igarassu, com direção, roteiro, captação e edição de imagens de Bruno Soares, e participação dos dançarinos Ferreirinha do Frevo e Joel Carlos e produção de Thays Melo, da Epahey Produções Culturais. Confira: