segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Mestre Camarão: dedicação e amor ao Forró


Ele dedicou a maior parte de sua vida à música, sobretudo, à sanfona. Chamava-se Reginaldo Alves Ferreira, nascido em Brejo da  Madre de Deus em 23 de junho de 1940 (véspera de São João),  mas o publico o conhecia como Mestre Camarão. O apelido foi dado pelo compositor e amigo Jacinto Silva, pelo fato dele ter as bochechas do rosto um tanto avermelhadas.  

Camarão apaixonou-se pela sanfona porque conviveu com ela dentro de sua propria casa. Sen pai, o sanfoneiro Antonio Neto, tinha uma sanfona de 8 baixos, com a qual Camaarão começou aos 7 anos de idade a puxar o fole, se aperfeiçoando  ouvindo Luiz Gonzaga e estudando os métodos de Mário Mascarenhas. Iniciou a carreira artística em Caruaru, onde tocava nas feiras e festas da região. Trabalhou na Rádio Difusora de Caruaru (hoje Rádio Jornal), onde conviveu com dois outros mestres: Sivuca e Hermeto Pascoal. Aos 18 anos conheceu Luiz Gonzaga, com quem participou de 28 gravações. Depois formou com os músicos Jacinto Silva e Ivanildo Leite seu primeiro conjunto musical – o Trio Nortista. Em 1968 criou a primeira banda de forró do Brasil – a Banda do Camarão e, ainda, a Orquestra Sanfônica de Caruaru.  Seu repertório era composto por ritmos regionais como o xote, o xaxado, o baião, o forró e o arrasta-pé.                

Mestre Camarão costumava acompanhar grandes nomes da música nordestina, como Dominguinhos, Santanna, Marinês, entre outros.  Em 1961, representou Pernambuco junto com o mestre Vitalino no primeiro aniversário de Brasília, a convite do então presidente da República, Jânio Quadros. Em 2002, foi a São Paulo apresentar-se no projeto “Sanfona Brasil”.  Em 2004, participou do projeto “O Brasil da Sanfona”. Em 2012, participou do centenário de Luiz Gonzaga em Exu (PE). A partir de 1980, Camarão passou a residir  no Recife, onde ministrava aulas de sanfona na Escola de Acordeon de Ouro, fundada por ele e localizada em Areias. Foi homenageado no São João de Caruaru em 1999 e de Recife no ano de 2007. Camarão obteve o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco em 2003. 

A discografia é composta por 18 vinis, quatro 78 rpm, seis CDs e um DVD que foi registrado em show na Cachaçaria Carvalheira, em 2013, com as participações especais de Beto Hortis, Thaís Nogueira, Geraldinho Lins, Josildo Sá e o filho, Salatiel, fizeram participações.

O Mestre Camarão morreu na manhã do dia 21 de abril de 2015, aos 74 anos. Seu corpo foi velado na Camara de Vereadores do Recife e de, Caruaru, sendo enterrado no cemitério Dom Bosco na Capital do Agreste. 

 


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