Alberto Lopes, um dos grandes produtores da TV, filho de Garanhuns, chegou com a idéia de a Empresa promover o traslado dos restos mortais do cantor Augusto Calheiros, nascido em Alagoas, mas que tinha uma adoração pela “suíça pernambucana”. Faleceu no Rio de Janeiro, onde foi sepultado. Em 1968, atendendo ao desejo da família, com o apoio do então prefeito Amilcar Valença, tivemos o orgulho de coordenar a trasladação do corpo de Calheiros, cuja urna funerária veio acompanhada do consagrado cantor Orlando Silva, e do radialista Almirante, dois nomes de peso do cenário musical e artístico brasileiro. Familiares de Calheiros também vieram do Rio para o cortejo, que seguiu do Aeroporto dos Guararapes até a cidade de Garanhuns.
A nossa parte era conseguir o apoio logístico, coordenar junto com Alberto Lopes e dar toda cobertura jornalística. Como não havia qualquer apoio financeiro por parte da Empresa JC, tivemos que buscar a cortesia de empresas de ônibus. Uma delas se prontificou a fazer o percurso Recife-Caruaru. Outra ofereceu o percurso Caruaru-Garanhuns. Eram as dificuldades próprias da época que tivemos que enfrentar. No finzinho da tarde, os restos mortais de Calheiros chegaram ao Cemitério de São Miguel. Com a divulgação da então Radio Difusora, toda a população da cidade estava nas ruas dificultando o acesso do ônibus. Os convidados tiveram que seguir andando enquanto eu fiquei no ônibus, junto ao motorista, à procura de um local para estacionar o veiculo. Depois de muito tempo, fui me encontrar com os convidados, que já me esperavam na porta do cemitério. Terminei não assistindo a cerimônia nem conhecendo o mausoléu erguido pela Prefeitura para abrigar o querido e famoso cantor Augusto Calheiros.
Hoje, Dominguinhos e Calheiros, dois consagrados artistas da nossa musica popular, estão repousando para sempre no friozinho gostoso de Garanhuns. Um privilégio para a cidade e seu povo.
Miguel Santos
Jornalista e Radialista
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