segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Forrozeiro Adelmário Coelho lança música em protesto contra abate de jumentos

Os recentes casos de maus-tratos a jumentos, com registros de centenas de mortes na Bahia, levaram o forrozeiro baiano Adelmário Coelho a lançar uma música de protesto. Ele é um dos que ficou chocado com a crueldade contra os animais.
O título da canção é bem direto: “Burro é quem mata jumento”. Além de protestar, o músico reverencia o animal considerado "sagrado" por muitos nordestinos e que já foi homenageado também pelo forrozeiro Luís Gonzaga em “O jumento é nosso irmão”.
O forrozeiro se refere ao flagrante de maus-tratos a jumentos em uma fazenda em Canudos, no sertão da Bahia, na quinta-feira passada. No local, autoridades ambientais e sanitárias encontraram mais 200 animais mortos e cerca de 800 desnutridos.
O forrozeiro destacou que não é um “radical” da defesa dos direitos dos animais, “mas uma coisa como essa tem de falar, pois se Luís Gonzaga estivesse vivo, seria uma voz marcante contra isso”.
A ideia da música, conta Adelmário, veio quando foram publicadas reportagens sobre os casos de maus-tratos em Itapetinga. A letra e parte da melodia foram criadas por um parceiro do forrozeiro, Júnior Vieira, que mora em Recife.
“A provocação para ele fazer foi minha, e falei com ele porque é muito comprometido com a cultura do Nordeste, e não podemos ficar sem nossos jumentos. Nordeste sem jumento é como Austrália sem canguru”, comparou o cantor, segundo qual a música terá também um clipe, já em fase de finalização.
Para Adelmário, “a sociedade tem que lutar para que a decisão judicial possa proibir para sempre os abates”. O mérito da decisão ainda será julgado na Justiça Federal da Bahia – por enquanto, a decisão que proibiu os abates foi liminar (temporária).
“Está na hora de dar um freio nos maus-tratos. Muita gente bebeu água, carregou rapadura no lombo de um jegue. Vi isso em Curaçá [Norte da Bahia], no distrito de Barro Vermelho, onde nasci. O jumento era nossa força de trabalho”, disse Aldemário. 

BURRO É QUEM MATA JUMENTO
Santo Deus, por quê será
Que o homem, tão sabido...
Cresce o olho da ganância,
Quer ver tudo destruído,
E em nome do dinheiro
Deixa o teu nome esquecido!?
Senhor, só vim te pedir:
Me livrai da extinção!
Sou apenas um jumento
Que sirvo a qualquer cristão,
E de cristo eu sei que sou
Animal de estimação!

Mesmo em meio ao progresso
Faço um trabalho bonito,
Respeito muito meu dono,
Minha arma é o cambito,
E carreguei Jesus Cristo
De Belém para o Egito!

Meu Jesus de Nazaré,
Não me deixes levar fim!
Por que será, meu senhor
Que quem é bom, é ruim!?
Parece até que Herodes
Tá se vingando de mim!

Não uso gasolina, respeito meu amo;
Trabalho com fome, mas nunca reclamo!
Dou sangue e suor, jogado ao relento...
Eu acho que burro é quem mata jumento!

Autor: Júnior Vieira.

Casaca de Couro eleita Melhor Banda de Sergipe no Troféu Sanfona de Ouro

A notícia, publicada pelo Produtor Cultural e empresário Jorge Lins, criador da premiação, foi recebida por todos os integrantes da Casaca de Couro com festa por coroar esse belíssimo trabalho no centenário de Jackson do Pandeiro. "O prêmio nos renova e fortalece para seguirmos fortes no crescimento da CASACA DE COURO no cenário nacional", comentou o cantor, compositor e sanfoneiro, Joaquim Antônio.

domingo, 11 de agosto de 2019

Coruja e Seus Tangarás - Tradição cultural de Pernambuco


Com o objetivo de divulgar os ritmos nordestinos nasce,nos anos 50, "Coruja e seus Tangarás". A escolha do nome,segundo o jornal Diário de Pernambuco de 23 de março de 1990 é do próprio Coruja,que em busca de um título para o grupo,pesquisa na revista Seleta Brasileira: Nela eu descobri a dança dos Tangarás da família de Chico Santo.Batizado pelo jornalista Amarílio Nicéias,o grupo estreia no programa de Floriza Rossi,(A Tarde é Nossa) e alcança grande sucesso.
Coruja ensaia seu grupo e prepara coreografia de xaxado. Ao apresentá-lo ao amigo LUIZ GONZAGA,que havia conhecido um grupo de cangaceiros em Exu,este lhe mostra a dança autêntica. Pioneiro no xaxado,Coruja passa a animar as festas na cidade do Recife,com seus trajes inspirados nos cangaceiros. Ritmo e dança alcançam o Sul e o Sudeste brasileiro. Coruja participa de documentários exibidos na Argentina, Inglaterra, Portugal,França, Alemanha,Suíça e Estados Unidos divulgando os valores nordestinos.
Entre as décadas de 60 e 80,o grupo musical "Coruja e seus Tangarás" passa a ser indispensável nos eventos oficiais e privados da cidade. Um espetáculo de originalidade e criatividade,que revive o xaxado assim como o episódio do cangaço. Traz novos passos como a "dança do fuzil" e a "dança da zabumba",grava dois discos ao longo da carreira e dessa forma redimensiona o forró, o xote e o baião.
No palco o cenário tem como pano de fundo o sertão,os atores entram em cena.Escuta-se o som dos bacamartes batendo forte no chão e o chiado das alpercatas que acompanham a percussão. Os Tangarás se exibem e nos trazem as heranças deixadas pelo mestre Coruja. Versatilidade, beleza e tradição,marcas de seu criador inseridas no presente pelos seus herdeiros.
"Ao longo de sua carreira,Coruja integrou grupos musicais que acompanhavam LUIZ GONZAGA, MARINÊS, GORDURINHA, SIVUCA, NELSON FERREIRA, JACINTO SILVA e chegou até a acompanhar o cantor cubano em excursão pelo Brasil, Bienvenido Granda.
CORUJA, O MESTRE DO XAXADO!
Quem convive com as nossas raízes culturais,se emociona com a história de ARNALDO FRANCISCO DAS NEVES, o CORUJA; paraibano, nascido em 27 de outubro de 1927 e radicado no Recife desde os 12 anos de idade.
O apelido vem dos tempos de camelô,quando negociava pelas ruas da cidade levando consigo uma coruja.Curiosidade para atrair fregueses e animar as vendas. 
Nos anos 50, além do casamento com Maria José das Neves,mãe dos seus 19 filhos,acontece também o início de sua vida artística, como ritmista,na Rádio Tamandaré,tocando pandeiro.Inspira-se no xaxado e cria o grupo "CORUJA E SEUS TANGARÁS",enveredando pelo caminho da arte popular.
Coruja se populariza e integra a equipe de músicos das Rádios CLUBE E JORNAL DO COMÉRCIO,Orquestra Sinfônica do Recife, além da embrionária TV Jornal do Comércio,em programas de auditórios. Tocou pandeiro,sanfona, flautim,triângulo e zabumba,sem contar com título de REI DO PASSO,por ser exímio dançarino de frevo.
Em 1991,aos 67 anos,Coruja se vai e fica em nós a saudade e a certeza da sua contribuição legitimando a força da cultura nordestina.


sexta-feira, 19 de julho de 2019

Onildo Barbosa, um passarinho que canta a cultura e as lutas dos brasileiros

Nascido em Natuba, Cidade do Cariri paraibano, de nome de batismo José Barbosa Monteiro Filho, vivendo há 34 anos no Município de Wagner, na Chapada Diamantina, solo da Bahia abençoada de Todos os Santos, desde pixototinho ‘apelidado’ Onildo Barbosa, ainda dentro de casa, essa semana matou uma saudade da gota serena de quatro décadas, ao voltar a Pernambuco, especialmente abraçando Olinda, Recife e Cabo de Santo Agostinho.
Onildo Barbosa, repentista, poeta, declamador, aboiador, cantador, hoje, mais forrozeiro e cantor, além de um excelente radialista que apresenta o Programa Alô, Brasil!,do alpendre de sua casa a apenas 20 metros do Rio Bonito de Baixo, de segunda-feira a sábado, das 06h00 às 08h00 da manhã, numa cadeia que conta com 10 emissoras de rádio de diversas regiões do País. Um programa que acorda o ouvinte, não apenas para tomar o café da manhã com aquele cuscuz com guisado e macaxeira, mas também acordar no sentido político de resistir contra os retrocessos e o desmonte das conquistas democráticas e sociais alcançadas nos últimos 16 anos. “A gente precisa se reerguer, você sabe que a nossa bandeira tá caindo, a nossa bandeira a cada dia pende pra cair na lama, então, tenha o coração vermelho, segure o pau dessa bandeira, vamos botar essa mundiça pra fora, e vamos resgatar o nosso Brasil, que a importância do nosso Brasil é a nossa cultura, o nosso povo, principalmente, o povo que levanta o mastro da bandeira nordestina”, defende ele, tendo a cultura como um motor para as lutas sociais de reconquistas do que está sendo perdido.
“Quarenta anos sem passar pelo Pernambuco, pra mim foi a maior honra e um prazer, uma noite de muito brilho, de muita luz, de muita paz, encontrar com tantos amigos que a gente já conhecia do mundo virtual, e a gente poder abraçar e sentir a energia positiva que eles têm, a verdade que passam para a gente e para o mundo, pelas palavras e pela simplicidade”, comemora Onildo Barbosa nesse bate-papo descontraído que teve com a gente, em meio às apresentações de forrozeiros que foram homenageá-los no Espaço Dominguinhos, comandado por Ivan Ferraz, na tarde e noite do último sábado, 27.
E olhe que eu ganhei até versos de improviso: “quarenta anos, depois de 40 anos, eu ganhei um grande presente, foi abraçar Ruy Sarinho, essa pessoa excelente, um cidadão otimista, que abraça o repentista, e divulga o nosso repente”, declamou Onildo Barbosa durante a animada conversa de pé de palco, num sotaque verdadeiro que não foge ao seu DNA nordestino, assumido com muito orgulho.
Nas décadas de 1970 e 1980, época de vigência da nefasta ditadura do golpe civil-militar de 1964, Onildo Barbosa sempre foi uma das estrelas dos Torneios de Repentistas de Olinda, produzidos e patrocinados pelo ítalo-olindenses Giusepe Baccaro, e que existiam como um foco de resistência de cultura popular no Estado. Ao lado de Patativa do Assaré, Bule-Bule, Louro do Pajeú, Louro Branco, João Paraibano, Sebastião Dias, Geraldo Amâncio, Cachimbinho, Zé Matias, Pinto e Rouxinol, Oliveira de Panelas, Pinto do Monteiro e tantos outros mestres operários da cultura de raízes fincadas na nossa Terra.
Nessa volta a Pernambuco, hospedado numa pousada do Varadouro, Olinda, o poeta se sente renovado, porque “meu coração tá carregado de energias positivas de Aracílio Araujo, de Rouxinó do Nordeste, de GenildoSouza, Toninho Vanderley, Jota Michiles, Antônio Paulino, Ivan Ferraz, a galera da pousada; Olinda está presa entre as raízes do meu coração, e com certeza Olinda é um pedaço da minha Nação, recita ele, sem esconder a sua alegria por esse reencontro.
Na conversa quase sempre no improviso dos seus versos, Onildo Barbosa comemora a resistência cultural que ele vê nos pernambucanos, afirmando que Ivan Ferraz é um verdadeiro paredão de ferro se segurando pra não cair, o Carcará das Comunicações, e que viu um Pernambuco forte. Nessa passagem por essas bandas, ele visitou o Museu Cais do Sertão, elogiando a beleza do local e boa acolhida que teve do seu diretor Toinho Mendes e da gerente da Marketing do Museu, Patrícia Campos, esteve nos programas de rádio de Ivan Ferraz – Forró, Verso e Viola, na Universitária FM; na Folha FM, com Patrícia Breda, e na Cabo FM, sob o comando do Velho Abidoral, para quem rasgou elogios: “Um guerreiro, o meu abraço pra você, meu jovem, uma estrela que brilha no universo futuro, porque ele está aí plantando junto com os mais idosos, com os que já estão indo, e ele está chegando com muita força, com muita energia e com muita verdade, Parabéns, Abidoral”, comemorou Onildo.
Porém, ele também não poupou críticas à mídia comercial, aos promotores de eventos e aos governantes, que preferem trazer artistas de fora, que não votam aqui, que não gastam dinheiro com ISS, como o imposto do município. “Mas, na época da eleição, eles vão bater nas portas dos artistas da terra, eles não vão bater na porta de Wesclei Safadão, de Marília Mendonça e outros mais; eles vão bater na porta de Onildo Barbosa, de NerílsonBuscapé, de Aracílio Araujo, de Rouxinó do Nordeste, de Genildo Souza, aí, nós teremos que dar uma resposta a esse povo, porque é isso que mantém a nossa resistência, vivos, e com força e esperança, esperando esse povo bater na nossa porta”, resumiu com indignação.

Por Ruy Sarinho

Cylene Araújo cidadã Cabense

Num gesto de reconhecimento pela ação de filantropia em favor do Abrigo São Francisco de Assis, fundado pela Irmã Iva,  a  Camara Municipal  do Cabo de Santo Agostinho concedeu à multi-artista Cylene Araújo o titulo de Cidadã Cabense.  A iniciativa foi do vereador Everaldo Cabral de Oliveira Junior, aprovada por unanimidade por todos os demais vereadores. 
Cylene é autora do livro “Madre Iva – o anjo branco de Pernambuco”. Além de cantora e apresentadora, ela tem desenvolvido campanhas de apoio a outras entidades sociais, como a AACD, por exemplo, razão do merecido prêmio agora recebido. 

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Conte a sua história. ❤ Ela pode virar uma linda canção

Criar músicas para homenagear momentos e acontecimentos especiais.
Nascimento de uma criança, noivado ou casamento, comemorações de bodas, e até mesmo o seu aniversário são momentos especiais que merecem ser celebrados e com o Atelier da Música podem ser eternizados! Imagine que sua canção poderá ser compartilhada com seus amigos e familiares! Sim é possível! Depois de elaborada, sua canção será disponibilizada através de plataformas digitais como Spotify, Deezer, Google Play, iToones dentre outros. Idealizado pelo músico e compositor Alexandre Leimig, o Atelier une profissionais qualificados e arranjos musicais que resultam em uma bela canção.
COMO FUNCIONA
Conte-nos sua história e se surpreenda com uma canção inesquecível! 
Através do formulário de contato descreva seu momento especial. Você poderá escolher o ritmo ou estilo musical, ou permitir que o Atelier se encarregue de criar a versão final da música. Após aprovação do cliente, o Atelier selecionará os músicos para produção da arte final.
Informações: (81) 9.9164-7303
contato@atellierdamusica.com.br